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Ufes pode acumular dívidas em 2018 caso Governo Federal não repasse verba total de custeio, diz reitor

De acordo com o reitor da Ufes, a universidade sofre com impactos do contingenciamento da verba federal nas ações de ensino, pesquisa e extensão

Na tarde desta segunda-feira (4), o reitor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Reinaldo Centoducatte, apresentou publicamente a situação financeira da instituição. De acordo com ele, a universidade sofre com impactos do contingenciamento da verba federal nas ações de ensino, pesquisa e extensão. O evento foi aberto ao público e realizado no Teatro Universitário, localizado no campus de Goiabeiras.

Segundo Centoducatte, os problemas começaram em 2014, quando o Governo Federal passou a restringir os repasses às universidades. Nos anos seguintes, as verbas para custeio ficaram ainda mais restritas. Entre 2015 e 2016, foram R$ 24 milhões a menos. O total valor de repasse do governo à Ufes para 2017 é de R$ 142 milhões. Desse total, a instituição pode movimentar apenas metade, que fazem parte dos recursos liberados pelo Ministério da Educação (MEC) para custeio.

"Até agora, no custeio, foi liberado à instituição 75,4% dos R$ 71 milhões, cerca de R$ 50 milhões. O governo sinaliza que tem compromisso de liberar até 85% desse total, mas nós temos direito ao 100. O fato é que poderemos garantir o funcionamento e o equilíbrio financeiro da universidade com a liberação do valor total. Com esses recursos, estamos preparados para fechar o ano. Caso contrário, a Ufes não terá como honrar a dívida nesse orçamento de 2017 e teremos que pagar com o orçamento de 2018. Isso complica, pois sobreviver com o orçamento de 2018 e herdar ainda uma dívida do ano anterior vai ser muito difícil", diz Reinaldo.

Apesar da incerteza sobre a liberação da verba total para este ano, o reitor garante que a Ufes não fechará as portas. "Nossa universidade continuará prestando serviços que são necessários para a sociedade capixaba. Nossa instituição tem relação de obrigação e compromisso com a sociedade e, independente da gestão e de governos que entram em saem, nós permaneceremos cumprindo as obrigações com qualidade", afirma.

Atualmente a Ufes tem 26 mil estudantes. Contando com os servidores, são 30 mil pessoas circulando pela Ufes, nas unidades de todo o Estado. O número de alunos, em todos os níveis de graduação, dobrou nos últimos 10 anos. Já os investimentos não acompanharam o crescimento.

"Os setores que tiveram mais cortes foram nos nossos contratos de prestação de serviços. É no apoio ao funcionamento da universidade e nas condições técnica e administrativa da universidade que sentimos mais com os cortes que fizemos. São eles: limpeza, manutenção do campus, áreas verdes, dentre outros... Esses tiveram um corte mais significativo. Quanto à diminuição dos recursos de capital, que permitem aportar novas obras e prédios, nós também tivemos reduções drásticas. Portanto, investimos um valor insuficiente para manter a reposição daquilo que se desgasta ao longo do tempo e na compra novos equipamentos", fala.

Veja abaixo o orçamento de custeio por tipo de despesa, segundo o Governo:

Reportagem: Breno Ribeiro.

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