Geral

Família de universitária morta em lavanderia organiza manifestação antes de audiência de julgamento

De acordo com o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), a audiência será realizada às 14h30, no Fórum de Vila Velha

Nesta quarta-feira (4), acontece a audiência de instrução e julgamento do caso Luiza Mariano, assassinada dentro de uma lavanderia do bairro Itapoã, em Vila Velha, no dia 29 de junho deste ano. De acordo com o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), a audiência será realizada às 14h30, no Fórum Desembargador Afonso Cláudio, localizado na rua Annor da Silva, também em Vila Velha.

O pai da universitária Luiza, Paulo Gomes da Silva, disse que a família da estudante, que é do Rio de Janeiro, está no Espírito Santo e organiza uma manifestação em frente ao fórum para pressionar as autoridades. "Queremos que as autoridades não caiam nos argumentos de defesa desse cara que fez essa monstruosidade com a minha filha. Devemos chegar cerca de 30 minutos antes da audiência para o ato", fala Paulo.

Segundo ele, o motivo do crime ainda é um mistério e um tormento para toda a família. "Não conseguimos entender porque o criminoso fez isso com a minha filha, que ele nem conhecia e simplesmente a matou. Isso nos chocou muito. A família inteira está arrasada e até hoje nem dorme direito por conta do abalo. Até hoje não entendemos o motivo do crime", comenta o pai da vítima.

O crime

Luiza Mariano da Silva, de 23 anos, foi encontrada morta dentro do banheiro de uma lavanderia, da qual era funcionária, em Itapoã, Vila Velha. Segundo a polícia, a vítima tinha perfurações pelo corpo, provocadas por um objeto pontiagudo, além de marcas de agressões. Os policiais constataram ainda que, após ser morta, Luiza foi arrastada para o banheiro com um fio de ventilador.

Prisão

O suspeito de assassinar a universitária Luiza Mariano da Silva, de 23 anos, foi preso no dia 7 de julho. O acusado foi identificado como Leandro Matheus Marins Silva, de 28 anos. Ele é companheiro de uma ex-funcionária do estabelecimento.

Leandro foi preso por policiais da Delegacia Especializada de Homicídio Contra a Mulher (DHPM) dentro de casa, em Itapoã. Segundo a polícia, ele confessou o crime e disse ao titular da DHPM, delegado Janderson Lube, que, na noite anterior ao crime, usou drogas e bebidas alcoólicas.

Latrocínio

O inquérito sobre o caso, conduzido pela Delegacia Especializada de Homicídio Contra a Mulher (DHPM), foi concluído nesta sexta-feira no dia 14 de julho. Leandro Matheus foi indiciado por latrocínio.

A polícia concluiu que Leandro foi até a lavanderia onde aconteceu o crime para obter dinheiro ou objetos de valor, no intuito de comprar drogas ou pagar dívidas referente à compra de entorpecentes. Ele fugiu do local com um celular da vítima e R$ 65 em dinheiro.

Após ser preso, Leandro contou à polícia que, durante toda a noite anterior ao crime, fez uso de bebidas alcoólicas e cocaína. Segundo a polícia, ele é usuário de drogas há cerca de dois anos.

Em depoimento, a esposa do acusado e ex-funcionária da lavanderia onde aconteceu o crime contou à polícia que Leandro havia passado a noite anterior ao crime fora de casa, o que, segundo ela, vinha sendo algo recorrente.

A mulher disse, ainda, que não sabia que o companheiro era usuário de drogas. Ela confirmou que Leandro sabia que ela tinha um dinheiro a receber da lavanderia, referente à rescisão de seu contrato de trabalho.

A esposa do suspeito disse que, no dia do crime, Leandro voltou para casa normalmente e, no dia seguinte, viajou a trabalho. Ela também contou que ninguém havia notado nada de estranho com ele.

Discussão

Segundo o titular da DHPM, delegado Janderson Lube, responsável pelo inquérito, Leandro foi à lavanderia, no dia do crime, cobrar o dinheiro referente à rescisão de contrato de sua companheira. Ele teria pedido para Luiza o número do telefone do proprietário do estabelecimento, mas a jovem se negou a passar essa informação.

Ainda de acordo com as investigações, Leandro saiu da lavanderia e foi até uma casa lotérica para tentar sacar dinheiro. Em seguida, ele volta para o estabelecimento e insiste em conseguir o telefone do dono do local. Segundo a polícia, como a vítima continua se negando a passar a informação, ele aproveita o momento em que Luiza vai ao banheiro para imobilizá-la e assassiná-la.

Segundo Janderson Lube, após o suspeito sair da lavanderia pela primeira vez, a jovem manda uma mensagem para o dono do estabelecimento, avisando que o marido da ex-funcionária havia estado no local, procurando por ele. Além dessa mensagem, imagens de videomonitoramento próximos ao local do crime e a confissão do acusado serviram de prova para a polícia indiciar o acusado.

Reportagem: Breno Ribeiro.

Pontos moeda