Polícia

Dona de casa é presa em Vila Velha por torturar o filho e o obrigar a comer pimenta

Mulher foi presa nesta quarta-feira, após a polícia receber uma denúncia feita pela escola onde o menino, de 6 anos, estuda


Uma dona de casa de 29 anos foi presa na manhã desta quarta-feira (09), em Vila Velha, suspeita de agredir e torturar o filho adotivo de 6 anos. Segundo as investigações, a acusada obrigava a criança a comer pimenta e não a deixava beber água depois.

"Nas refeições, ela colocava o alimento no prato dele e, em seguida, enchia de pimenta e o obrigava a ingerir esse alimento. E ela não fornecia um copo d'água sequer a ele, obrigando-o a comer essa comida cheia de pimenta", contou o titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegado Lorenzo Pazolini, responsável pela investigação do caso.

A polícia chegou até a dona de casa após denúncia feita pela escola onde a vítima estuda. Segundo o delegado, funcionários da unidade de ensino perceberam que o menino possuía hematomas pelo corpo e questionaram a criança, que relatou a violência sofrida.

"Assim que ele chegou à escola foi notado que aquilo era muito grave. Então ele foi separado dos demais colegas, de forma bastante discreta, e a equipe de pedagogos e professores, assim como a diretora, passou a dialogar com essa criança, visando esclarecimento sobre aquele fato e entender porque ele estava tão machucado. A partir daí então ele foi contando e narrando essa série de horrores que ele passou no interior da própria residência e com a própria mãe", disse Pazolini.

De acordo com o titular da DPCA, a suspeita é que a tortura tenha começado no início deste ano, mas apenas neste mês a vítima finalmente relatou as agressões à escola. Ainda segundo Pazolini, laudos comprovaram a violência. Além disso, o menino relatou tudo e a própria suspeita confessou o crime.

No entanto, para a imprensa, a mãe adotiva disse que bateu na criança apenas uma vez, para corrigi-la, e não soube explicar a denúncia da escola sobre as constantes agressões. A dona de casa foi encaminhada ao presídio e, segundo o delegado, vai responder pelo crime de tortura.

"O laudo do DML é bem claro e, sobretudo, as fotografias são bastante chocantes, porque demonstram claramente que houve um excesso inadmissível, o que caracteriza, sem sombra de dúvidas, o crime de tortura", ressaltou Pazolini. 

De acordo com as investigações, o pai adotivo suspeitava das agressões, mas preferiu não denunciar o caso para não ter que cuidar sozinho do filho biológico e de outra criança adotiva, que também mora com o casal.

A vítima havia perdido os pais biológicos e morava com a atual família havia quatro anos. No entanto, a adoção não era legalizada pela Justiça.

"A criança está abrigada e provavelmente vai entrar agora na fila de adoção. Vai ficar sob a supervisão da Vara da Infância e da Juventude e esperamos que ela tenha um futuro bem melhor", destacou o delegado.

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