Polícia

Policiais flagrados com mais de 300 kg de maconha na Serra podem ser expulsos

Um dos policiais civis atuava na Delegacia de Crimes Contra à Vida de VV, o outro na Divisão de Promoção Social da PC, e o militar estava no 7º Batalhão, em Cariacica

Uma operação da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (Deten) flagrou policiais transportando mais de 300 quilos de maconha e acabaram detidos na última terça-feira (8), no município da Serra.

Os 331 tabletes de maconha, que totalizaram mais de 300 quilos da droga, foram apreendidos durante a operação que tinha por objetivo prender um dos traficantes do município.

Durante a operação, militares flagraram policiais com o material dentro do carro. Um deles era civil e outro soldado da Polícia Militar (PM).

"Esses policiais disseram que tinham recebido, também, informação à respeito do fato, mas os superiores desse militares não tinham conhecimento. Portanto, eles não tinham autonomia de trabalho sem comunicar ao superior ou ao Ciodes, que funciona 24 horas. Se eles estavam em ação, deveriam ter comunicado o fato", disse Fabiana Maioral, da corregedoria da Polícia Civil (PC).

O traficante alvo das investigações identificado como Carlos Eduardo Jesus Pereira, o 'Paulista', foi preso durante a ação. Pelas investigações da Deten, a droga vinha do Paraguai, seguia pelo interior de Minas Gerais e Bahia até chegar no Espírito Santo, mais especificamente na Serra. Durante a operação, tanto os três policiais envolvidos quanto os outros três suspeitos foram detidos em cinco carros diferentes, no exato momento em que chegavam para abastecer o tráfico de drogas na região. 

 "Todos foram conduzidos à Deten. A Corregedoria foi acionada e designamos um delegado corregedor para atuar. Nós temos um decreto onde um policial militar, que não esteja em serviço, pode e deve ser autuado pela corregedoria da Polícia Civil. Portanto, o flagrante está sendo feito por nós, corregedores", informou Fabiana.

Os policiais estão há mais de 20 anos na polícia. Um deles atuava na Delegacia de Crimes Contra à Vida de Vila Velha e o outro na Divisão de Promoção Social. Já o militar, está na PM desde 2011 como soldado do 7º Batalhão em Cariacica. Se comprovado o envolvimento deles com o crime, eles podem ser expulsos da corporação.

De acordo com a corregedora, o caso está sendo rigorosamente investigado."Se nós conseguirmos elementos, eles serão autuados pelo crime de tráfico de drogas dependendo do envolvimento, ou liberados, mas tudo será feito com base nas investigações que ainda estão sendo feitas".

O Coronel Brezinski, corregedor da PM, informou que se o crime for comprovado, o policial militar poderá ser excluído da PM. "A princípio, é um crime comum e de competência da Polícia Civil, e não militar. O policial não estava de serviço, então, apenas acompanhamos, e uma vez finalizadas as investigações, será instaurado um procedimento e se comprovado, ele poderá ser expulso".

Brezinski disse que a PM lamenta o ocorrido. "Nós lamentamos porque não é esse o perfil que queremos apresentar para a sociedade". 

Os policiais e os suspeitos foram encaminhados para a Deten, onde o caso será investigado. A identidade dos militares não foram divulgadas. 

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