Polícia

Advogado do ex-marido de médica assassinada solicita cópia de inquérito à polícia

Iran Silva disse que irá à DHPP, na tarde desta quarta-feira, para ter acesso ao documento. Hilário Frasson ainda não esteve na delegacia para prestar depoimento

O advogado do policial civil Hilário Antônio Fiorot Frasson, ex-marido da médica Milena Gotardi Tonini Frasson, de 38 anos, que morreu após ser baleada no estacionamento do Hospital das Clínicas, em Vitória, deverá comparecer à Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na tarde desta quarta-feira (20).

Segundo Iran Silva, o objetivo é ter acesso a uma cópia do inquérito que investiga o assassinato da médica, que está sendo elaborado pela Delegacia Especializada em Homicídios Contra a Mulher (DHPM). Ainda segundo o advogado, nesta terça-feira foi feito apenas um contato por telefone com o delegado Janderson Lube, responsável pela investigação.

Iran Silva disse também que, até o momento, seu cliente ainda não foi intimado a prestar depoimento na delegacia. "Nos colocamos à disposição da polícia. Caso o Hilário precise dar esclarecimentos, nós seremos contactados e ele comparecerá à delegacia. Mas até agora não houve nenhuma intimação nesse sentido", afirmou.

Hilário Frasson é policial civil e antes atuou como assessor jurídico no Tribunal de Justiça do Espírito Santo. Ele e Milena se separaram há cerca de três meses. 

Na última quinta-feira (14), dia em que a médica foi assassinada, a arma de Hilário foi apreendida pela Polícia Civil. Dois dias depois, o celular dele foi recolhido por Janderson Lube. No dia, o policial se exaltou e questionou a apreensão. 

Até o momento, a Polícia Civil não confirmou se o ex-marido de Milena é suspeito de envolvimento no crime. No entanto, o secretário de Segurança Pública, André Garcia, já esclareceu que as investigações apontam para crime de feminicídio.

Movimentação

No início da tarde desta terça-feira (19), dois representantes do Ministério Público Estadual (MPES) estiveram na DHPP. Eles permaneceram na unidade policial por cerca de uma hora e meia e saíram do local sem dar declarações à imprensa, afirmando apenas que estiveram com o chefe da DHPP, delegado José Lopes, e solicitaram acesso ao inquérito que investiga a morte da médica.

Mais tarde, o superintendente de polícia especializada, delegado José Darcy Arruda, também esteve na delegacia. Ele saiu do local minutos depois, carregando uma sacola com um par de tênis e outros objetos, que o delegado afirmou não terem relação com o inquérito sobre o assassinato de Milena.

Já o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES), Homero Mafra, que também esteve na DHPP nesta terça-feira, afirmou que procurou o delegado Janderson Lube para garantir que os advogados do ex-marido de Milena tenham acesso ao inquérito. Mafra, no entanto, garantiu que essa foi apenas uma medida de cautela e que não houve acionamento formal da OAB por parte dos advogados.

Depoimentos

A mãe e o irmão de Milena prestaram depoimento à polícia na última segunda-feira (18), na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O tio da médica também esteve no local. 

“Nós não estamos sabendo o que realmente está acontecendo. Falaram que foi assalto, mas mesmo não sendo especialista, sabemos que não foi. Ela não tinha ‘rixa’ com ninguém e a polícia disse que qualquer novidade seremos os primeiros a saber”, disse Geraldo Gottardi.

A produção da TV Vitória/Record TV apurou que, até o momento, duas pessoas já foram presas, suspeitas de envolvimento no crime. Um dos detidos é Dionathas Alves Vieira, que está preso no Centro de Triagem de Viana

Segundo a polícia, ele também já foi detido em flagrante por ameaça contra a mulher, na forma da Lei Maria da Penha. O caso foi registrado em agosto de 2014, em Fundão, município onde a médica assassinada cresceu e a família dela mora.

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