Polícia

Depoimentos de suspeitos revelam detalhes sobre assassinato de médica em Vitória

Os trechos são de depoimentos de quatro suspeitos de envolvimento no crime

Os depoimentos de quatro suspeitos de participação no assassinato da médica Milena Gottardi Tonini Frasson, de 38 anos, foram divulgados no início da tarde desta sexta-feira (22) no Balanço Geral da TV Vitória/Record TV. Os trechos apresentados são de Esperidião Carlos Frasson, ex-sogro de Milena e um dos mandantes do crime; Dionathas Alves Vieira, executor do crime; Valcir da Silva Dias, um dos intermediários; Bruno Rodrigues, que roubou a moto usada no crime.

Confira os principais trechos dos depoimentos:

>> Esperidião Carlos Frasson

“Milena ligou para o declarante do celular dela para o telefone fixo, no início de março deste ano, e falou que tinham se desentendido, e que ela iria se separar dele. O declarante no mesmo dia conversou com Milena. O declarante pediu para Milena para não acabar com a casa dela.

O declarante sempre lutou para Hilário e Milena voltarem a ficar juntos. O declarante sempre que tinha oportunidade ligava para Milena especialmente depois que ela saiu de casa.

Hilário não queria se separar de Milena, e a única coisa que ela alegou que não gostava mais dele. Hilário sempre quis voltar com Milena.

O declarante não tinha contato com Valci. O declarante só ia na rua quando tinha algo para fazer ou para resolver.

Perguntado ao declarante se conhece Hermenegildo Palauro Filho, vulgo Judinho, esclarece que o conhece de vista, e não tem contato com o mesmo.

Perguntado se conhece Cesar Augusto Arcari, o declarante esclarece que o conhece.

Perguntado ao declarante se conhece Dionathas Alves Vieira, respondeu que não o conhece. Perguntado se conhece Bruno Rodrigues Broetto, não o conhece e nunca o viu”.

>> Dionathas Alves Vieira

“Judinho falou que um cara tinha chamado ele num canto e não podia falar de quem era e falou que um advogado tinha chamado ele num canto e que o pai do rapaz tinha investido no rapaz e ela e o pai do advogado procurou Judinho para matar a mulher. Que segundo Judinho falou com o declarante, o advogado tinha separado da mulher. Que na época Judinho falou que não ia executar a mulher porque estava com medo pois era em vitória, mas ofereceu ao declarante R$ 2 mil para executar a mulher. Que este contato ocorreu há cerca de trinta dias atrás. Que Judinho não queria falar quem era o cara que tinha mandado executar a mulher. Que o declarante esclarece que Judinho estava acompanhando de Valci. Que quando foi buscar a moto usada no crime, Valci falou que o mandante era o pai do advogado que tinha mandado matar a mulher.

Que Judinho entregou um revólver calibre 38 para o declarante para executar a vítima e municiado no dia do crime. Judinho e Valci disseram que tinha que ser numa quinta-feira. Que conseguiu uma moto com seu cunhado bruno, o qual conseguiu uma moto roubando ela cerca de vinte dias antes do crime.

O declarante perguntou a Judinho sobre o cavalo referindo-se a moto que seria usada no crime. Que bruno sabia a respeito de Valci, e também e que era o pai do advogado que queria matar a mulher.

No sábado anterior conversou com Judinho e Valci, e eles falaram que o local do crime era o hospital das clinicas e comentou que já conhecia o local pois sua irmã faz hemodiálise.

Estacionou a moto perto da casinha. Que o carro estava do lado de cima da casinha. Que Valci e Judinho estavam no veículo gol de cor chumbo de roda preta, e quando chegou, logo entrou no carro deles. Que dentro do carro Judinho entregou o revolver e Valci estava junto. Que Judinho falou, assim que o cavalo passar, eu vou mostrar quem é que era para o declarante simular que era um assalto. Que Judinho e Valci foram ver se o carro dela estava no local, pois eles tinham ido lá, e identificado o carro dela. Que Judinho e Valci deixaram um matinho próximo de onde estava o carro, e o declarante assim que eles voltaram levou a motocicleta até próximo do carro.

Judinho e Valci estavam e de lá, eles mostraram quem era a vítima tratando-se de uma mulher loura, magra, com jaleco branco e estava de bolsa sendo muito diferente da outra que estava com ela. Que o declarante desceu até onde tinha o refletor. Que o declarante começou a mexer no celular acendendo o visor. Que o declarante reparou que elas olharam para o declarante e tinha um rapaz que saiu do carro. A vítima abriu o porta mala do carro e colocou a bolsa e então o declarante chegou abordando, com e apenas, puxou a arma na mão na região da cintura dizendo que era um assalto. Me passa tudo, e entra para dentro do carro. Que a amiga da vítima tentou correr, e nisso a vítima deu o celular e a chave, e colocou o celular no bolso, e logo atirou nela. Que deu cerca de dois a três disparos. Que montou na moto e foi em direção e Maria Ortiz.

O declarante ligou para Valci. Ligou para Valci e falou e deixou a moto e foi andando uns dez a vinte metros da moto quando ligou e falou que estava esperando um pouco à frente da Ufes. Que uns cinco minutos depois Valci e Judinho pararam o veículo gol preto perto do declarante, e cinco minutos depois Valci e Judinho pararam o veículo gol preto do declarante e logo entregou a arma para Valci, e ele perguntou se queria ir embora com eles e o declarante falou que iria trabalhar na sexta-feira. Que o declarante saiu do carro e voltou do carro e saiu acelerando e entrou na rotatória do aeroporto.

Por volta das 20 horas da noite e ligou para Valci e ele disse que queria falar com o declarante urgente. Que foi na casa de Valci sem tomar banho e falou que a mulher tinha morrido, e que era para o declarante ficar esperto e que era para rapar fora porque tinha saído o retrato falado.

Apresentado a fotografia de Hilário Antônio Fioroti Frasson esclarece que não o conhece e nunca o viu antes. Que a pessoa mencionada como pai do advogado, o declarante apenas sabe que ele mora no bairro e se trata de um senhor e ficou sabendo hoje por parte da manhã que ele que tinha mandado fato relatado por Valci. Que este senhor mora em Timbui e se chama Esperidião. Que Valcir e Judinho não comentaram nada sobre os valores que iriam receber, apenas relataram que iriam R$ 2 mil para o declarante. Que apresentada a fotografia de Esperidião Carlos Frasson reconhece como sendo a pessoa Esperidião mencionada pelo declarante”.

>> Valcir da Silva Dias

“Há uns dois meses vem conversando com Hilário. Que Hilário falou que estava separado da esposa e queria eliminar ela. Que Hilário perguntou se tinha coragem de fazer e falou que não tinha. Que Hilário pediu para arrumar alguém para fazer. Que o declarante indicou Dionathas. Que Hilário tratou diretamente com Dionathas para fazer o serviço que seria matar a mulher de hilário.

Dionathas ligou para o declarante, de número que não conhece, perguntando se tinha chegado ao hospital. Que já sabiam o horário que Milena iria sair e que tudo isso foi falado por hilário.

O dia que dava errado hilário não gostava e nunca ligou, apenas falava outra coisa. Que ja foi ao hospital.

Outras vezes, as quintas-feiras nos últimos dois meses para ver uma oportunidade de fazer o crime. Que Dionathas sempre ia e o declarante "Judinho" também foi duas vezes, que nestas ocasiões, que dava errado, acontecia de Milena estar acompanhada de alguém.

No dia do crime, o declarante chegou ao hospital acompanhado de Judinho por volta das cinco e 40 da tarde e entraram pela portaria principal. Que o declarante e os demais sabiam o carro de Milena tratando-se de um onix prata, que Dionatas chegou uns dez minutos depois a bordo de uma motocicleta. Que o declarante não conhecia esta moto e não sabia a origem dela.

Que o declarante apenas viu Dionatas no local e estava dentro do carro, perto da saída e Dionatas estava atrás do carro do declarante. Dionatas ficou esperando mexendo no celular. O declarante estava no carro com Judinho e ficaram esperando e não viu a vítima passar junto com outra mulher. Logo que Dionatas saiu de trás do carro, Judinho ligou o carro e passou pela parte de cima na porta do pronto socorro.

E foram embora. Chegou a ouvir os disparos quando estavam no local estavam no local.

Hilário mandou Dionatas pegar o celular de Milena e jogar fora, que esta instrução era para falar que fora latrocínio.

Hilário mostrou a placa do caro e o modelo do carro, que disse também o dia que ela trabalhava. Durante estes dois meses que tentaram matar Milena perceberam que ela sempre deixava o carro no mesmo lugar.

Dionatas todas vezes que foram ao local do crime, ele estava armado e ninguém forneceu a arma.

Com o Hilário o declarante não combinou nada de valores e ele apenas deu o valor da gasolina pagando um total de 150 reais. Declarante voltou para Timbui e queria se entregar.

Judinho falou que não iria se entregar e que Hilário iria ter uma audiência e ia ver o que iria dar. Que Hilário tratou de detalhes a respeito da execução com Dionatas. Que o pai de Hilário sabia de tudo, pois quando dava errado ele perguntava porque tinha dado errado. Que o pai de Hilário sempre conversava com o declarante na rua.

Sempre que falavam do crime estavam Hilário e o pai dele juntos. Que Hilário dele sempre se reuniam com Dionatas para tratar os detalhes do crime.

Está muito arrependido de tudo, porque não precisava disso”.

>> Bruno Rodrigues

“O declarante conhece Dionathas Alves Viera há cerca de dois a três anos. Que o declarante em outubro de 2016, foi preso por receptação. Que o declarante já praticou roubos com Dionathas. Que somente vai na casa de Dionathas por conta da irmã dele com quem namora há três meses. Que o declarante conhece Judinho (Hermenegildo Palauro filho) somente por nome conhecendo o filho dele.

X ligou para o declarante e que tinha uma moto em frente ao açougue do x, com chave na ignição e perguntando se o declarante queria, e falou que o declarante nao queria, mas sabia que Dionathas queria. Que Dionathas vinha perguntando se o declarante sabia de alguém que tinha uma moto roubada. Que Dionathas não falou para que era e nem o declarante perguntou. Que Dionathas certo dia falou que queria a moto para fazer um serviço não falando o que era.

Que o declarante não imaginou que era um homicídio. Que sabia que Dionathas estava indo muito na casa de Valci e por isso achou que era para praticar um homicídio”.

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