Polícia

Presidente da OAB-ES assume defesa de ex-marido de médica morta em Vitória

O outro advogado de Hilário disse que ele ainda não foi intimado para depor

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES) e advogado, Homero Mafra, assumiu a defesa de Hilário Fiorot Frasson. Ele é ex-marido da médica Milena Gotardi Tonini Frasson, de 38 anos, que foi assassinada na última quinta-feira (14), ao sair do plantão no Hospital das Clínicas (Hucam). Mafra confirmou a informação, mas disse que não poderia repassar nenhum detalhe sobre o caso.

Segundos colegas de trabalho de Frasson, ele ainda não voltou a trabalhar desde a morte da médica. Ele trabalha na Chefatura de Polícia e atua na diretoria financeira da Polícia Civil. O ex-marido de Milena iniciou sua carreira na Polícia Civil em janeiro deste ano e segue como funcionário ativo, conforme consta na página da transparência do Governo do Estado. Antes, atuou no Tribunal de Justiça do Espírito Santo como assessor jurídico.

Frasson foi exonerado no final do ano passado para assumir o cargo de investigador na polícia civil. Ele e Milena estavam em processo de separação há três meses. A polícia não confirma se o policial está entre os suspeitos de envolvimento na morte da medica, mas o celular e a arma dele foram apreendidos nos primeiros dias de investigação.

O advogado Hiran Luís Silva, que estava respondendo por Hilário, informou que ele ainda não foi intimado a depor. A Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sesp) afirma que a linha de investigação aponta para o crime de feminicidio.

Por telefone, o advogado afirmou que o inquérito foi liberado para acesso dele na manhã desta quarta-feira (20). No entanto, ele alegou que estava em viagem, no interior do Estado, e só deve comparecer à Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) na quinta-feira (21).

Planejamento 

O homem suspeito de executar Milena, Dionathas Alves Vieira, afirmou que foi um crime de mando. A informação é do advogado de defesa dele, Leonardo da Rocha de Souza. Dionathas está preso desde o último sábado (16) no Centro de Triagem de Viana. Segundo Souza, durante a conversa que teve com o acusado ele disse que não tinha nenhuma relação com a médica. Todo o crime teria sido encomendado. 

Além do homem que seria o executor, mais três pessoas estariam envolvidas no crime. Uma delas é o mandante e outras duas ajudaram Dionathas no dia do assassinato. Tudo estaria sendo planejado há cerca de um mês. “Mais duas pessoas foram junto com ele para ajudar. Foram 30 dias de planejamento e eles chegaram a vir em Vitória outras vezes. Houve outras oportunidades (de matá-la), mas ele não teve coragem. Mas nessa última vez ele acabou ceifando a vida dela”, contou Souza.

O crime

A médica foi baleada na última quinta-feira (14), ao sair do plantão no Hospital das Clínicas (Hucam), em Vitória. No dia do crime, ela estava acompanhada por uma colega de trabalho, que pegava carona. Milena foi atingida por um disparo na cabeça, e a colega conseguiu escapar.

A vítima chegou a ser socorrida em estado grave para um hospital particular da capital. Na última sexta-feira (15), a equipe médica confirmou a morte de Milena por edema cerebral difuso (por conta da extensão do dano).

O caso ganhou muita repercussão e a investigação segue sob sigilo. No último final de semana, a Rede Vitória conseguiu confirmar a informação de que dois suspeitos foram detidos. Um deles foi o homem acusado de executar a vítima. Dionathas Alves Vieira está preso no Centro de Triagem de Viana. Ele também responde a outros processos por roubo e até por ameaça a mulher.

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