Polícia

Abrigo de cães abandonados é alvo de ataques e cães são apedrejados em Vila Velha

Segundo funcionários do canil, ataque começaram há cerca de um mês e, somente na última semana, foram quatro casos

Um abrigo para cães abandonados, localizado em Barramares, Vila Velha, vem sofrendo constantes ataques nos últimos dias. Segundo funcionários, pedras têm sido arremessadas dentro do canil, que pertence à ONG Animais Carentes, e estão ferindo os animais lá abrigados. Somente na última semana, foram quatro ataques.

O último, de acordo com os funcionários, aconteceu na madrugada de domingo (08) e deixou três cães feridos. O cachorrinho "Cascalho" foi atingido nas costas, "Vinte e Dois" teve um ferimento na testa e "Half", no olho.

"A Vinte e Dois, por exemplo, era uma cachorra muito alegre, muito animada, fazia sempre festa para a gente quando a gente entrava na baia dela. Só que agora ela só quer ficar deitada, escondida, não faz festa mais. Tem o Cascalho também, que é o que mais sofreu com as agressões. Ele também está bem retraído, fica com medo da gente chegar perto e machucar, não aceita mais carinho. Então dificulta muito o trabalho, que é um trabalho que a gente necessita de tempo para pegar a confiança deles", disse a funcionária Najara Lúcia Rodrigues.

Na última quinta-feira (05), funcionários contaram que pedras também foram lançadas e feriram animais. Um funcionário, que prefere não ser identificado, afirma que os ataques acontecem sempre à noite e tiveram início há cerca de um mês. "Todos os dias a gente tira pedra, faz a limpeza e, quando chega de manhã, tem pedra lá e cachorro ferido", contou.

Os funcionários acreditam que as pedras tenham sido lançadas por cima do muro e também atingiram o berçário do canil. O espaço atualmente abriga dez cachorrinhos, ainda muito novos para ficarem soltos juntos dos outros.

"As pedras que estão sendo arremessadas são pedras de um tamanho razoável. Se tivesse pegado em algum dos filhotes que estão lá no berçário, eles provavelmente teriam vindo a óbito", afirmou Najara.

O canil funciona no local há cerca de cinco anos e atualmente abriga cerca de 170 cachorros, vítimas de maus tratos. Os feridos no último ataque foram resgatados em agosto, na Ilha da Pólvora, em Vitória. 

Invasões

Há uma semana, um voluntário passou a dormir no abrigo, para tentar coibir os ataques. Na segunda-feira passada, o portão do local foi danificado e ficou aberto. Com isso, 20 cães fugiram. 

Na mesma noite, os funcionários conseguiram resgatar os animais e colocaram o portão no lugar. A partir daí o voluntário começou a dormir no abrigo. 

Na terça-feira (03), ele flagrou invasores abrindo um buraco em uma das paredes e chegou a abordá-los e pedir que parassem, mas a ação só foi interrompida depois da chegada de mais funcionários do abrigo. 

Na última sexta-feira (06), um novo flagrante. O voluntário contou que viu um homem tentando entrar pelo mesmo buraco, que continua aberto por falta de verbas para fechá-lo.

"Ele estava dormindo e escutou, por volta das 23 horas, a geladeira se arrastando. Aí ele veio olhar e viu um rapaz colocando a cabeça no buraco. Ele voltou a geladeira para o lugar, mas, quando acordou de manhã cedo, a geladeira estava arrastada de novo, mas não conseguiram entrar. A gente não sabe o que essa pessoa quer", disse o funcionário que não quis se identificar.

Os funcionários do abrigo afirmam que nunca receberam reclamações e, por isso, não entendem porque os cãezinhos viraram alvo de agressões. "Essa pessoa poderia vir até aqui no abrigo e conversar com a gente, para a gente saber o que está acontecendo. Se os animais estão incomodando muito essa pessoa, que ela passe para a gente qual é o problema, para a gente ver se pode fazer alguma coisa que possa sanar essa situação", disse Najara.

Por meio de nota, a Prefeitura de Vila Velha informou que a Guarda Municipal realiza o patrulhamento diário e preventivo em Barramares e que, sempre que necessário, pode ser acionada pelo telefone 3219-9929. 

A prefeitura informou também que, para solicitar os serviços de manutenção, basta registrar o pedido na ouvidoria, no número 162. Já os pedidos que envolvem obras são diferentes dos de manutenção, mas também podem ser acionados pelo número 162.

A produção da TV Vitória/Record TV também demandou a Polícia Civil, para saber como estão as investigações sobre esse caso, mas, até a noite desta segunda-feira, não houve retorno.



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