Polícia

Carro utilizado para sequestrar Thayná foi vendido por suspeito do crime por R$ 5 mil

O veículo, um Gol prata, foi localizado pela Polícia Civil, na tarde de segunda-feira, em uma oficina mecânica de Guarapari

A Polícia Civil localizou, na tarde de segunda-feira (06), em Guarapari, o carro que teria sido utilizado por Ademir Lúcio Ferreira Araújo para sequestrar a menina Thayná Andressa de Jesus, de 12 anos, no dia 17 de outubro, em Viana. Em imagens de câmeras de videomonitoramento, registradas no dia do sequestro, Thayná aparece entrando no veículo, um Gol prata, que era conduzido por Ademir.  

Segundo a polícia, o carro estava em uma oficina mecânica em Guarapari e foi encaminhado para o pátio da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória. 

"Desde o começo, a namorada do Ademir disse que ele tinha levado esse carro. Então nós estávamos rastreando esse carro. Inclusive na sexta-feira foi feito o pedido de busca e apreensão do veículo e, no sábado, o pedido foi deferido", afirmou o titular da Delegacia de Pessoas Desaparecidas e chefe da DHPP, delegado José Lopes.

Segundo as investigações da polícia, o carro foi comprado por um queijeiro, próximo à feira de Cobilândia, em Vila Velha, no dia 28 de outubro. Como o Gol estava com o motor batido, o comprador rebocou o veiculo até uma oficina em Guarapari, onde mora.

"No sábado nós tivemos a informação de que ele [Ademir] teria vendido esse carro em Vila Velha. Aí ontem [segunda-feira] recebemos a informação de que ele estaria em uma oficina em Guarapari. Imediatamente acionei a equipe da DCCV de Guarapari e o doutor Tarik [Souki, delegado titular da DCCV de Guarapari] e a equipe dele foram em várias oficinas e localizaram o carro", contou José Lopes.

Ainda de acordo com o delegado, o próprio Ademir negociou o veiculo, alegando ao queijeiro que precisava levantar dinheiro. O valor da venda foi de R$ 5 mil.

"Ele falou que comprou [o carro] em Cobilândia, próximo à feira, pagando R$ 5 mil, mas ele só deu R$ 2 mil de entrada, porque o motor estava batido, e ficou de dar os outros R$ 3 mil depois. Ele falou que conhecia [o Ademir] das vendas, porque ele vende queijo e o conhecia das vendas, e que Ademir falou que o carro era da mulher dele e que estava precisando fazer dinheiro", ressaltou José Lopes.

O veículo está no nome da namorada de Ademir e foi adquirido, segundo a polícia, por meio de estelionato.

Perícia

Na manhã desta terça-feira (07), o carro passou por uma perícia e os bancos traseiros foram retirados para que seja feita uma análise melhor do material. O resultado deve sair dentro de 30 dias. 

"Será analisada a presença de material biológico. Pode ter sangue, sêmen ou outra coisa semelhante. Pode ter cabelo, para saber se a menina entrou no carro ou não. Apesar de a gente ter as imagens [de Thayná entrando no veículo], é uma questão de prova objetiva", afirmou o delegado.

Até agora, 16 denúncias sobre a possível localização do suspeito foram recebidas pela polícia, porém todas falsas. Dois mandados de prisão foram abertos contra Ademir, por suposto homicídio e suposto estupro.

Segundo José Lopes, o trabalho de investigação está sendo realizado em conjunto com as polícias do Estado e até de fora do Espírito Santo. "O que eu posso dizer agora é o seguinte: nós não paramos e não vamos parar", garantiu o delegado.

Esperança

Após saber que o carro utilizado no sequestro de Thayná havia sido encontrado, a mãe da menina, Clemilda Aparecida de Jesus, foi à delegacia acompanhar de perto o trabalho da polícia. Para ela, o avanço nas investigações traz esperança para a solução do caso.

"Isso aí já é um sinal, já é alguma coisa. Depois desses dias todos, depois de 22 dias, já é alguma coisa", afirmou.

Muito abalada, Clemilda garantiu que não perdeu as esperanças em ver a filha novamente. "Eu quero a minha filha de volta. Eu preciso disso para ter mais um dia de vida. Eu quero a minha filha de volta e nada vai me calar, a não ser a morte. Eu quero a minha filha de volta e vou aonde for pela minha filha", afirmou.



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