Polícia

'Ela era uma lutadora', diz marido de professora morta durante tiroteio dentro de ônibus em Guarapari

Os criminosos anunciaram o roubo por volta das 16h30, logo após o coletivo passar pela praça de pedágio, na Rodovia do Sol

Valter Bezerra, que é professor, perdeu a esposa durante o tiroteio que aconteceu dentro de um ônibus na última terça-feira (21), em Guarapari. 

Denise Fabiane Keng Queiroz também era professora, tinha 47 anos e voltava da escola que trabalhava em Vila Velha. Ela morreu após ser atingida com um tiro na axila. 

"Era uma lutadora que pouco se vê hoje em dia. Eu estava tão feliz com uma notícia que tinha recebido e que ia passar para ela. Todos os dias ia buscá-lá em Setiba, mas Deus quis assim. Vou precisar da ajuda de todos para passar tudo isso aos meus filhos", disse Valter. 

Denise Fabiane Keng Queiroz, de 49 anos, e Anísio Gomes da Silva, de 62 anos, são as vítimas mortas deste crime. Os corpos deles se encontram no Departamento Médico de Vitória (DML) e devem ser liberados ainda na manhã desta quarta-feira por familiares. A Polícia Militar e Civil realizaram buscas para localizar os suspeitos do crime, mas ninguém foi preso.

Baleados

O policial militar foi atingido por um tiro de raspão na região do abdômen, recebeu atendimento médico e passa bem. Outros dois homens foram baleados. Um deles, de 39 anos, foi atingido no ombro e no abdômen. Ele foi socorrido e levado para o Hospital Antônio Bezerra de Faria, em Vila Velha e está fora de perigo. O outro, que não teve a idade revelada, também foi baleado no abdômen e, segundo a equipe médica, perdeu muito sangue. Ele foi encaminhado para um hospital da região.

Entenda o que aconteceu

Um policial militar de folga teria reagido a um assalto no coletivo que seguia de Vitória à Ipiranga, em Guarapari. Outras três pessoas ficaram feridas.

Um pedreiro de 62 anos, identificado como Anízio Gomes da Silva também morreu no local depois de ser baleado quatro vezes na região do tórax. Ele chegou a receber os primeiros socorros, dentro de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos. 

A esposa dele foi ao local do socorro às vítimas. Dentre os feridos, um jovem, que não foi identificado, foi atingido com um tiro no abdome e socorrido para um hospital da região. Além dele, um homem de 35 anos foi ferido de raspão na cabeça e o policial militar, que reagiu ao assalto, foi baleado também de raspão na barriga. 

Segundo informações da Polícia Militar (PM), os criminosos já estavam dentro do ônibus quando anunciaram o assalto logo após a Praça de Pedágio da Rodovia do Sol. 

"O guarda municipal entrou no ônibus na Darly Santos, em frente a base da Guarda Municipal, foi  para o fundo do coletivo e o policial militar de férias à paisana, armado, entrou no ônibus em Ponta da Fruta. Em determinado momento, o guarda municipal foi rendido por dois infratores, que segundo relatos do guarda, se aproximaram com uma arma ou um simulacro de arma de fogo, que ainda não se sabe, e apontaram para ele. Com uma faca, eles foram imediatamente com a mão na cintura do guarda e se apropriam de uma arma e começaram a ameaçá-lo. Eles falam para que o agente se ajoelhe e vire de costas. O cobrador, percebendo a situação, avisa ao policial militar, que já o conhecia, e o militar tenta se aproximar quando ouve eles dizendo que iriam matar o guarda", declarou o comandante do Policiamento Ostensivo da Região Metropolitana, Coronel Ramalho.

Durante a troca de tiros houve pânico e correia entre os passageiros dentro do ônibus. O motorista parou o veículo e saiu correndo quando percebeu o que estava acontecendo. 

Logo após o crime, os suspeitos conseguiram fugir por um matagal. À noite, policiais procuravam pelos suspeitos e também pela arma roubada durante o assalto do guarda municipal de Vila Velha. "Quem viaja nessa linha sabe que sempre acontece, mas infelizmente os policiais não podem estar ao nosso lado a todo momento", disse Valter. 

A insegurança e o medo são realidades diárias de quem precisar fazer uso das linhas intermunicipais, principalmente neste trecho entre Vitória e Guarapari.

Testemunhas

Segundo testemunhas, os bandidos inicialmente abordaram um guarda municipal, que estava armado e fardado, e roubaram a arma do agente. Em seguida, um policial militar à paisana, que estava no fundo do ônibus, deu voz de prisão aos criminosos.

Ainda segundo as testemunhas, os assaltantes teriam atirado contra o PM, que reagiu e também atirou contra os bandidos.

Nota oficial

Nas redes sociais, a viação Alvorada publicou uma nota oficial em que presta solidariedade às vítimas e diz que ofereceu suporte e assistência necessária aos passageiros. A nota diz ainda que a empresa pretende tomar as medidas legais cabíveis, e espera que a polícia prenda os responsáveis pelo crime. Veja:

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