Polícia

"Eu não posso confiar no que ele diz, ele é estelionatário", diz delegado sobre suspeito de sequestrar Thayná

Delegado José Lopes disse em entrevista coletiva que na última terça-feira, Ademir quase foi preso, mas fugiu pelo telhado

Em coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (13), o chefe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) José Lopes, responsável pelas investigações sobre o caso do sequestro da menina Thayná Andressa de Jesus, de 12 anos, deu detalhes da prisão de Ademir Lúcio Ferreira de Araújo, de 55 anos, e comentou sobre a confissão feita pelo suspeito, em vídeo, divulgado durante a manhã, após o suspeito ser preso no Rio Grande do Sul.

"Eu não posso confiar no que ele [Ademir] fala, preciso provar. Ele é estelionatário, não posso confiar [no que ele diz]. A investigação está iniciando, tudo que ele falar, não posso confiar. O mais difícil era prendê-lo. Preciso estar de frente pra ele e assim ouvir dele o que aconteceu", disse o delegado.

O chefe da DHPP também explicou que os policiais já sabiam que ele teria deixado o Estado. “A gente já tinha a informação de que ele poderia ter saído do Estado, de ter ido para o Rio Grande do Sul, onde ele tem filho, para o Rio de Janeiro, onde tem amizades, ou para Minas Gerais. Desde o início nos comunicamos com essas delegacias, com todos os policiais de todos os estados".

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Segundo José Lopes, Ademir quase foi preso na semana passada, mas conseguiu fugir dos policiais gaúchos. "Na madrugada da última segunda-feira, dia 06, a polícia militar do Rio Grande do Sul quase prendeu o Ademir. Ele estava em uma pensão, percebeu a presença dos policiais e conseguiu fugir pelo telhado. Neste dia, os policiais chegaram no quarto dele e apreenderam documentos e objetos. Isso impediu que o Ademir fugisse. Ele teve que permanecer em Porto Alegre", contou o delegado.

Após ter conhecimento desse fato, na terça-feira, dia 07, policiais do Espírito Santo foram enviados para o sul do país para dar apoio as buscas e captura do suspeito.

José Lopes contou ainda sobre a prisão do suspeito realizada na manhã desta segunda-feira (13). "Hoje cedo ele saiu para a rua, estava perto da rodoviária. Ele tinha ido comer. A Brigada Militar, que faz o serviço de ronda ostensiva e não levanta suspeitas, conseguiu detê-lo", afirmou José Lopes.

Sobre o perfil de Ademir, José Lopes o classificou como "monstro". O acusado tinha mais de 20 ocorrências de extorsão, receptação, estelionato, várias ameaças apenas no Rio Grande do Sul. "Ele é um monstro, não tenho dúvidas. A menina [Thayná] tinha 12 anos, pesava 35kg... Ele é um monstro", finalizou o delegado.

Sobre o silêncio da polícia, o secretário de Estado de Segurança Pública, André Garcia, afirmou que tudo isso foi necessário para a solução do caso. “Nesse caso o silêncio da polícia no seu trabalho não pode ser confundido com descaso. Temos policiais que vão dormir a partir de hoje. Eles não conseguiram dormir todos esses dias a procura desse indivíduo e tentando desvendar o caso. Estamos entregando para a sociedade um grande resultado, quase encaminhando para a conclusão. A prisão desse indivíduo é fundamental para esclarecer o crime de vez, pois ele não poderia estar nas ruas, ele tinha que estar preso e não é de agora. Ele tem uma ficha criminal que qualquer país civilizado não permitiria que ele estivesse na rua”, alegou.


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