Política

Hartung critica aumento do imposto sobre o combustível e vê o Espírito Santo como exemplo

"O atual governo [Temer] e o governo anterior [Dilma] cometeram um erro extremamente grave. O Brasil já estava numa situação delicadíssima e, ao invés de diminuir as despesas, eles assumiram novos compromissos", disse Hartung

O governador Paulo Hartung (PMDB) fez nesta sexta-feira (21) duras críticas ao aumento do imposto sobre combustíveis, anunciado na última quinta-feira (20) pelo Governo Federal.

Em entrevista exclusiva ao jornal online Folha Vitória, no Palácio Anchieta, Hartung condenou o aumento, principalmente nesse momento de recessão econômica vivido pelo Brasil.

"Por que o governo está aumentando imposto? Porquê a despesa saiu do controle e o governo federal, ao invés de reduzir e cortar gastos, ele ampliou em plena crise", ressaltou o governador, que atribuiu os problemas não só ao governo do presidente Michel Temer (PMDB), mas também a de sua antecessora, Dilma Rousseff (PT).

"O atual governo [Temer] e o governo anterior [Dilma] cometeram um erro extremamente grave. O Brasil já estava numa situação delicadíssima e, ao invés de diminuir as despesas, eles assumiram novos compromissos, despesas correntes, permanentes. Ou seja, agiram na contramão do que precisava ser feito. Esse é o problema central: aumentou a despesa, ficou o déficit e agora volta à sociedade, que não aguenta mais essa carga tributária monumental que nós temos, para buscar mais dinheiro", completou.

Para o peemedebista, o Espírito Santo vai na contramão dessa situação porque se preparou anteriormente para esse momento de recessão, ajustando as contas e reduzindo despesas.

"Essa situação está acontecendo por erros que foram praticados [pelo governo]. Nós ajustamos as nossas contas pelo lado da despesa, cortamos despesas que não eram prioritárias, cortamos muito e vivemos um período de reclamações por causa dos cortes, mas mantivemos os serviços que são essenciais para a população funcionando, como a área da saúde, educação. Acho que hoje o Espírito Santo é um bom exemplo para o País."

Estrutura

Um dos grandes problemas do aumento dessa carga tributária do combustível, segundo Hartung, é que ela mexe diretamente com vários setores da economia brasileira, principalmente num país de enormes extensões como o Brasil.

"Quando você aumenta o custo desses combustíveis você, na verdade, aumenta o custo de quase toda a estrutura econômica do País. Por exemplo, o feijão está lá na produção rural, mas tem que transportar para chegar nos centros consumidores e, dessa forma, você injeta aumento no custo de vida para a sociedade".

Tarifa de ônibus

Mesmo o aumento impactando diretamente no setor de transportes, Hartung deixou claro que, por força de contrato, não existe a possibilidade de haver aumento na tarifa dos ônibus neste momento. Mas a possibilidade é real para o ano que vem.

"O Transcol funciona com contrato, esse contrato prevê reajuste anual e esse reajuste é no final do ano. Aí é que você vai ver o preço do combustível, o salário do motorista, do cobrador, para analisar todos os custos do funcionamento do sistema, mas isso tudo só no final desse ano", finalizou Hartung.

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