Paralisação dos caminhoneiros

Economia

Temer cede, diesel terá redução e governo aguarda fim da paralisação

"Obviamente, vamos honrar sem nenhum prejuízo para a Petrobras", disse Temer

Redação Folha Vitória

O governo federal anunciou, em pronunciamento de Michel Temer, um pacote de medidas que atende à maior parte do pleito dos caminhoneiros, em paralisação há sete dias. Com as medidas, o preço do litro do diesel cairá R$ 0,46 na refinaria. Além disso, o desconto aplicado inicialmente será mantido por 60 dias, o dobro do prazo inicialmente prometido. Após esse período de 60 dias, os reajustes passarão a ser mensais.

"Essa redução corresponde aos valores do PIS/Cofins e da Cide somados. Para somar esses 46 centavos, o governo está assumindo sacrifícios no Orçamento", disse o presidente Temer em pronunciamento no Palácio do Planalto.

Além do custo de redução dos impostos, o governo também arcará com eventuais prejuízos da Petrobras. "Obviamente, vamos honrar sem nenhum prejuízo para a Petrobras. A Petrobras recuperou-se nos últimos dois anos e não é possível criar dificuldade operacional ou de recursos", disse Temer.

Veja o pronunciamento completo:

Temer destacou que o congelamento valerá por 60 dias e, a partir daí, só haverá reajustes mensais. "Cada caminhoneiro poderá planejar seus custos. Atendemos todas as reivindicações", ressaltou o presidente.

A equipe econômica foi chamada ao Palácio do Planalto para calcular o impacto das novas vantagens concedidas ao setor. Durante todo o dia, custos, cortes e compensações foram avaliados. Além de restrições orçamentárias, empecilhos legais tiveram de ser examinados. Na primeira rodada de negociações com os caminhoneiros, quando se acordou que a Petrobras baixaria em 10% o preço do diesel nas refinarias durante 30 dias, e os caminhoneiros fariam uma trégua de 15 dias na paralisação, o Ministério da Fazenda estimou em R$ 5 bilhões o valor das compensações do Tesouro Nacional à estatal.

Agora, com a validade do congelamento do preço nos postos – e não na refinaria – pelo dobro do tempo, as despesas serão proporcionalmente elevadas. Segundo o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, as reivindicações custarão R$ 10 bilhões ao Tesouro.

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