Economia

BNDES deve seguir vendendo participação em empresas maduras, diz Dyogo

O presidente do BNDES disse ainda que tem enfatizado em sua gestão o desenvolvimento do mercado de capitais que, para ele, é o caminho natural para o desenvolvimento da infraestrutura em um momento de restrição fiscal

Redação Folha Vitória
      O presidente do BNDES, no entanto, reforçou que a participação do Banco em empresas tem                que ser temporária ( Foto/ reprodução)

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES) disse nesta segunda-feira, 11, que a instituição continuará vendendo participação em empresas maduras para concentrar sua atuação no apoio a empresas nascentes. Em seminário sobre mercado de capitais promovido pelo BNDES e pelo Tribunal de Contas da União (TCU), ele afirmou que o resultado das participações do banco em empresas tem sido muito satisfatório e que a gestão da carteira do banco tem sido positiva e trazido bons resultados para o país. Ele citou como exemplo a valorização da participação do banco na Eletropaulo de mais de 200%.

Dyogo, no entanto, reforçou que a participação do BNDES em empresas tem que ser temporária. "O papel do banco é fazer com que empresas brasileiras se desenvolvam e tragam benefícios positivos para o país", completou.

Ele ressaltou, no entanto, que a participação em empresas é um negócio de risco e que sempre haverá investimentos que não darão retorno. "Uma empresa que dá certo justifica todo o investimento e esforço porque ela será uma dessas empresas gigantes que temos hoje", ponderou, ressalvando que não convém comparar os resultados do banco enquanto acionista de empresas com os obtidos com financiamentos.

O presidente do BNDES disse ainda que tem enfatizado em sua gestão o desenvolvimento do mercado de capitais que, para ele, é o caminho natural para o desenvolvimento da infraestrutura em um momento de restrição fiscal. "Com a falta de reformas, sofreremos uma situação que inviabiliza investimentos do governo", completou.

No evento, Dyogo Oliveira fez um panorama histórico do desenvolvimento do mercado de capitais e disse que há hoje um processo de reintegração entre este mercado e o bancário. Ele ressaltou que instituições públicas como o próprio BNDES e a Caixa não podem deixar de ter instrumentos do mercado de capitais. "Não adianta querer emprestar dinheiro para empresas que está nascendo, elas não tem capacidade de tomar dívida", exemplificou.

Meta

O presidente do BNDES disse que o banco já cumpriu cerca de 40% da meta de venda de participação em empresas de 2018, que é de R$ 10 bilhões. Esse valor não inclui a operação com a Fibria, feita em março. Ele ressaltou que a estratégia do BNDES é vender participação em empresas maduras e focar nas nascentes.

"Todas as empresas da nossa carteira estão em processo de desenvolvimento. Estamos com estratégia bem forte de desinvestimento, não posso falar quem está mais perto porque isso desvaloriza ativos, mas a estratégia está bem definida", afirmou Dyogo.

Ele disse que investir em empresas iniciantes implica em tomar mais risco, mas ressaltou que a inadimplência do banco, hoje em 1,6%, é a mais baixa do mercado.

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