Economia

Coca-Cola ameaça encerrar atividades no Brasil se não recuperar subsídio

A pressão da Coca-Cola e de outras grandes empresas do setor é para que o governo Temer aumente o IPI para pelo menos 15%

Foto: Divulgação/Cola-Cola 

A Coca-Cola ameaçou ir embora do Brasil e produzir o refrigerante em outro país, pressionando o Governo a voltar atrás em uma decisão que, na prática, aumentou a carga de impostos paga pela companhia.

A empresa agora ameaça produzir seu produto, que hoje é produzido na Zona França de São Paulo, em outro país, segundo informações do jornal Folha de São Paulo. Isso porque, em junho, o governo mudou a cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o que reduziu os créditos tributários recebidos pela companhia.

Com isso, o xarope de refrigerante passou a pagar uma alíquota de 4% de IPI, contra os 20% que eram cobrados da empresa anteriormente. Aparentemente, portanto, é uma redução no imposto.

Entretanto, muitas companhias do setor, em especial as grandes, produzem esse xarope na Zona Franca de Manaus, com isenção de tributos. Então, os 20% de IPI que seriam cobrados dessas companhias na verdade tornavam-se créditos para elas.

A empresa não pagava os 20% justamente porque está na Zona Franca de Manaus. Mas na hora que o xarope sai de Manaus para as engarrafadoras que estão em outros Estados, elas ganhavam um crédito de 20%. Com a nova regra, o desconto passou a ser de 4%.

A pressão da Coca-Cola e de outras grandes empresas do setor, reunidas na Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes (Abir) é para que o governo Temer aumente o IPI para pelo menos 15%. Caso contrário, as companhias ameaçam fechar 15 mil postos de trabalho na Zona Franca de Manaus.

Porém, há mais questões em jogo. Pequenas fabricantes de refrigerantes denunciam que, além do crédito recebido, a Coca-Cola e outras grandes superfaturam o produto que sai da Zona Franca, aumentando ainda mais a distorção.

Material divulgado pela Afrebras (Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil) afirma que o preço do concentrado produzido em Manaus “chega a ser 20 vezes maior que o insumo produzido nos demais estados”.

A renúncia fiscal das multinacionais de concentrado que estão localizadas na Zona Franca de Manaus foi de aproximadamente 9,1 bilhões de reais em 2016, diz a entidade.

O caso é investigado pela Receita Federal. De acordo com a Folha, na investigação, executivos da Coca-Cola precisam explicar por que a fabricante vende o quilo do concentrado por cerca de R$ 200 no mercado interno se exporta o produto por aproximadamente R$ 20.

Com informações do Portal R7 e Exame. 

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