Economia

5º Folha Business: empresários defendem empreendedorismo como solução para economia

Empresários Salim Mattar, Claudia Soares e Wilson Poit debateram como o setor privado pode contribuir para um Brasil mais próspero durante evento em Vitória

Marcelo Pereira

Redação Folha Vitória
Foto: Vitor Machado
Salim Mattar (no telão), Claudia Soares, Wilson Poit e Fernando Cinelli (último à direita) debateram como o setor privado pode tornar o Brasil mais próspero

A solução para a economia brasileira está na diversidade nos quadros gerenciais e no empreendedorismo. Também envolve uma certa mudança de mentalidade em relação ao que as empresas entendem ser destinação do lucro adquirido com suas atividades. 

Essas foram algumas das conclusões de um dos debates ocorridos durante o 5º Encontro Folha Business, ocorrido nesta sexta-feira (15), no Centro de Convenções de Vitória. 

Com mediação do fundador e presidente da Apex Partners, Fernando Cinelli, o painel contou com a participação de Claudia Elisa Soares, conselheira administrativa da Tupy SA; Salim Mattar, co-fundador da Localiza (em forma online); Wilson Poit, fundador da empresa Poit Energia e diretor-superintendente do Sebrae-SP. Eles debateram as formas como o setor privado pode construir um país mais próspero.  

Leia também: 5º Folha Business: Reinvenção é receita para crescer no mercado, defendem empresários do ES

>> Casagrande: ES agora terá prejuízo de R$ 729 milhões com mudança na cobrança do ICMS

>> "A discussão de privatização da Petrobras não deveria vir agora", diz Rodrigo Pacheco no ES

Em sua fala, o co-fundador da Localiza, defendeu que, para um avanço da economia nacional, é necessário que sejam impostos os conceitos defendidos pelo neoliberalismo. 

"Primeiro, temos que reduzir o tamanho do Estado. Ele absorve uma absurda carga tributária. E, em segundo lugar, temos que abrir mais o mercado", destacou Mattar. 

Ele disse que a reação ao que o governo brasileiro entrega está no resultado de uma pesquisa feita entre jovens, sem citar fonte. "Nessa pesquisa, 50% dos jovens dos entrevistados gostariam de realizar o seu sonho em outro país", apontou.

O empresário apontou que uma política neoliberal é a saída frente às performances da economia brasileira, que está em situação de recuperação após mais de um ano e meio de pandemia. "Não importa que partido esteja no poder. Precisamos de mais mercado e menos governo. Mas essa tese é mais naturalmente aceita pelos partidos de direita que os de esquerda", pontuou.

"Estamos colhendo o resultado de 35 anos de governos social-democratas no Brasil. Eles interferem na economia e no mercado, protegem segmentos da indústria, colocam tarifas de importação e com isso não permitem que o mercado trabalhe normalmente. A grande pobreza no país é resultado do gigantismo do Estado", destacou.

Empresas devem estar atentas à diversidade em cargos gerenciais

A conselheira administrativa da Tupy SA, Claudia Elisa Soares, pontuou que as empresas devem estar atentas aos novos tempos no que se refere à governança  corporativa. "A questão da pandemia trouxe uma maior vulnerabilidade do ser humano. As pessoas estão mais abertas para falar de diversidade e inclusão.

"Não tenho dúvidas que o mundo está demandando um papel diferente das empresas, mas ainda há executivos e conselheiros que se pautam no conceito do economista Friedman colocado nos anos 70 de que a função social de uma empresa é gerar lucro para os seus acionistas", criticou. 

Ela avançou dizendo que, atualmente, o conceito de lucro é mais amplo e deve ser mais compartilhado, não se restringindo apenas aos donos do capital. 

"O conceito de hoje é o do capitalismo envolvendo partes interessadas como clientes, fornecedores, funcionários, sociedade, governo. Essa conversa, ao meu ver, é mais atual", diferenciou. 

Ela disse que as gerações mais jovens já estão levando em consideração a forma como uma empresa trata questões sociais e ambientais, por exemplo, para optar por seus serviços e produtos. 

"As empresas que não acordaram para isso vão ter que acordar porque as novas gerações, como a Y e Z, ainda são 25% do público de funcionários mas, em algum momento, serão 50%, 60%. O novo sempre vem, já cantava Elis Regina. Essa galera quer um uso mais consciente do lucro, do dinheiro do resultado", citou. 

Nesse sentido, Claudia pediu por mais diversidade nos quadros gerenciais. "Cerca de 58% dos formados em curso de graduação são mulheres. Elas são a maioria. No mundo corporativo, 56% delas ocupam cargos básicos, 14% são gerentes, 4% viram executivas e 3% viram conselheiras. Somente 11% dos conselhos de empresas de capital aberto são compostos de mulheres. As mulheres são só 2% nos conselhos de empresas. Ninguém reconhece que tem viés. Seja viés de raça, de gênero, mas tem", apontou. 

Ela finalizou dizendo que reconhecer esses dados é o primeiro passo para a mudança.

Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann
Vitor Machado/Danilo Schellmann

Pandemia incentivou empreendedorismo como solução para crise econômica

Já o empresário Wilson Poit, fundador da empresa Poit Energia e diretor-superintendente do Sebrae-SP, lembrou que o empreendedorismo pode ser uma solução imediata para o crescimento econômico do Brasil.

Ele contextualizou os estragos da pandemia na condução dos negócios no país, que fechou empresas e postos de trabalho. Porém, apontou que as restrições impostas com a circulação de pessoas fez as pessoas se reinventarem, levando, por exemplo, os negócios para a internet. 

"Abrimos mais que o dobro de empresas no primeiro semestre do que todo o ano de 2015. Essas empresas e negócios dão muito certo desde que sejam orientadas. Grande parte dessa população que não consegue emprego está empreendendo e precisa de nossa ajuda, de nossa orientação e de microcrédito. Pouquinho dinheiro na mão de alguém orientado, com disciplina financeira, é uma grande saída", destacou.

Ele lembrou de uma alternativa que uniu setor público e privado em relação a geração de renda. Disse que, quando trabalhou na Prefeitura de São Paulo, criou o chamado "distrito de inovação". A prefeitura cedeu imóveis no centro da cidade para que jovens empreendedores ocupassem com seus projetos e ideias.  

Para Poit, em 2022 o Brasil será muito mais empreendedor. "Temos histórias de pequenos empreendedores que estão ganhando muito mais hoje do que antes da pandemia. Histórias de quem se conectou de vez pois a pandemia empurrou todo mundo para a conexão. Estou muito otimista com o país", finalizou. 





Pontos moeda