Economia

5º Folha Business: Reinvenção é receita para crescer no mercado, defendem empresários do ES

A quinta edição do Folha Business desta sexta-feira (15) contou com a participação de Maely Filho, da MedSenior; Francisco Carvalho, da Time Now; e Brunella Bumachar, da Multivix

Iures Wagmaker

Redação Folha Vitória
Foto: Vitor Machado

A trajetória de grandes empresários capixabas foi o tema do primeiro painel do 5º Encontro Folha Business, que aconteceu nesta sexta-feira (15), em Vitória. Os convidados compartilharam experiências de vida, mostrando que se reinventar é algo necessário para crescer no mercado.

Com mediação do apresentador do programa Mundo Business, Ricardo Frizera, o painel contou com a participação de Maely Filho, da MedSenior; Francisco Carvalho, da Time Now; e Brunella Bumachar, da Multivix.

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Durante o encontro, eles compartilharam as próprias histórias. Em comum, todos têm no currículo, em algum momento da trajetória, o fato da reinvenção, que fez com que o foco empresarial fosse adaptado às realidades e necessidades do mercado.

Foto: Vitor Machado

Francisco Carvalho lembrou que, em meados de 1990, um dos primeiros clientes da Time Now foi a antiga Aracruz Celulose - atual Suzano. Ele destacou que a empresa observou que havia uma certa dependência da cliente, considerada imprescindível para o andamento.

"Eles (Aracruz Celulose) ensinaram a gente a criar caminhos diferentes, capacitar nossas organizações. De lá pra cá, a empresa cresceu, buscou capacitações e a gente vê a transformação. Ou a gente se transforma ou corre o risco de morrer", relatou.

Foto: Vitor Machado

Atualmente, a Time Now trabalha com cerca de 25 startups, apostando em algumas para resultados futuros e colhendo frutos de investimentos recentes. Um dos pontos recentes mais importantes, foi o investimento em tecnologia em plena pandemia.

"Quando a pandemia começou, tínhamos tecnologia para fazer gestão de projetos a distância, mas não tínhamos clientes para abrir as portas para isso. Tomamos coragem e abrimos mesmo assim. Estamos crescendo 35% durante a pandemia. Percebemos que no mercado havia tecnologia para nós".

Carvalho ainda falou sobre a importância de interagir com o mercado e apostar em pessoas certas para crescer e evoluir.

"A partir do momento que comecei a interagir com pessoas com muita energia, querendo mudar e transformar, me tornei uma pessoa que entende que, para evoluir, precisamos trabalhar em conjunto. Não vamos conseguir isso se outro fizer por nós. Não acredito que a TimeNow ou outra empresa terá sucesso se a gente viver num outro sistema. Precisamos criar cultura de inovação e viver isso", disse.

De 'fazedor de placas' à inovador no mercado de Saúde

Com vasta experiência no mercado publicitário, Maely Filho destacou que, em sua trajetória, sempre levou a essência da família. Filho de imigrantes, ele afirma que a persistência herdada do pai fez com que ele buscasse novos caminhos no mercado.

"Em outubro de 2019 eu sentei com Gustavo Caetano e Ricardo Peregrini, contemporâneos de cursos, e apresentei minha ideia. Disse a eles que precisava crescer. Eles me disseram que tudo fazia sentido. Buscamos uma empresa que implantou um hub para a saúde do idoso e com três meses veio a pandemia. Hoje temos um ambiente híbrido", relatou.

No meio do caminho, mesmo sem entender nada do ramo escolhido para inovar, Maely conta que buscou criar um time certo, apostando em especialistas para cada área necessária.

"O que aprendemos é que não entendemos nada de medicina. Somos voltados para a publicidade. Sempre fomos 'fazedores de placas'. Mas como entender de tecnologia e falar de medicina? Não entendemos nada e nos cercamos de pessoas infinitamente mais entendedores que nós. Para todas as áreas que eu preciso, eu tenho um especialista. Nos especializamos a gerir talentos. Essa é a grande sacada que temos", afirmou.

Maely destacou que é preciso entender o público que se quer atingir,  principalmente por serem idosos. Por isso, é preciso saber apostar na tecnologia correta.

"Desenvolver tecnologia é difícil. Para o idoso, eleva-se a 10ª potência. Dá para fazer, sem nenhum problema. O detalhe é entender como fazer".

"O objetivo é criar e desenvolver tecnologias que devem ser 10 vezes mais rapidas, 10 vezes mais baratas e gerar 10 vezes mais tecnologia. Muitos colaboradores foram chamados por outras empresas, mas eles retornaram, por que nós vemos propósitos", afirmou. 

Uma das inovações criadas no Espírito Santo e que será exportada para outros estados, é uma forma de identificar infecções pela covid-19 por meio de raio-x, ao invés de usar uma tomografia, o que resulta em gastos bem menores.

Processos de inovação transformaram a história da educação

Já Brunella Bumachar, ressaltou que a história dela, a exemplo dos demais convidados, é pautada no trabalho em conjunto. Foi assim que nasceu o projeto da faculdade particular que se tornou uma das maiores do Espírito Santo.

"É muito gratificante prosperar e fazer empresas em grupo. Em 1997, o ministro Paulo Renato possibilitou a criação de instituição de ensino superior com fins lucrativos, o que era um tabu para a época. Um grupo de professores entendeu que era o momento de colocar isso em prática e aí que nasceu o projeto".

Ela lembra todo o processo de trabalho, montagem do projeto, análise do Ministério da Educação até conseguir colocar em prática o sonho.

"Em dezembro de 1999 fomos autorizados pelo MEC. Eu e o grupo de professores conseguimos e tivemos obrigação de inovar rápido e estamos até hoje juntos. A Multivix está com processos de inovação, que tem que ter sempre. Nosso ensino não pode ficar pra trás. A taxa de aprendizagem muda conforme a tecnologia".

Além das constantes inovações como instituição de ensino, a empresa ainda abraça as novas startups.

"Inovação é uma obrigação em todas as áreas. Temos abraçado essa ideia de startups. É um prazer trabalhar com essa turma jovem que tem uma garra para fazer mais. Cada dia mais a educação será complementada de educação de formas alternativas".

Encontro Folha Business

O 5º encontro Folha Business acontece nesta sexta-feira, em Vitória. Também participam o fundador da Localiza, Salim Mattar e os empresários Wilson Poit e Claudia Elisa Soares, que falam sobre como o setor privado pode construir um país mais próspero.

Para fechar o encontro, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, e o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, debatem "As pautas prioritárias do Congresso Nacional para o progresso do Brasil e Espírito Santo".

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