Economia

Fuja do rotativo do cartão de crédito do Bradesco e do Itaú

Financiar dívidas no cartão de crédito seja no Bradesco ou no Itaú, está tão ou mais proibitivo do que no início do ano, dependendo da modalidade

Por Regina Pitoscia/Equipe Seu Dinheiro

Se tomarmos como base os juros do rotativo do cartão de crédito no início deste ano, de fato, podemos dizer que houve uma queda, mas uma análise mais minuciosa pode revelar outros resultados.

Na semana de 19 a 25 de janeiro de 2017, a taxa era de 306% ao ano no Banco do Brasil, de 560% na Caixa, de 562% no Santander, de 563% no Bradesco e de 632% no Itaú. Com as alterações na legislação que reduziu o período para a rolagem da dívida no rotativo por apenas um mês, foi criada outra modalidade, a do rotativo regular, em que o consumidor paga pelo menos o mínimo exigido de 15% da dívida.

Para essa linha de crédito a taxa estava no período de 16 a 22 de junho em 273% ao ano no Banco do Brasil, 256% ao ano no Bradesco, 229% ao ano no Itaú, em 215% na Caixa e em 211% no Santander. Por essa comparação, nota-se claramente que os juros mudaram mesmo de patamar. No entanto, passou a existir também o rotativo não regular, cobrado do usuário que não conseguiu pagar o mínimo da fatura, e nessa linha dos juros são mais pesados em dois bancos: no Bradesco ficaram em 797% ao ano, 559% no Itaú.

A média do rotativo, também publicada pelo Banco Central, é uma mescla das taxas aplicadas tanto nos rotativos como no parcelado. Considerando essa base de comparação, Bradesco tem uma taxa de 729% ao ano e o Itaú, de 510% ao ano.

Ou seja, financiar dívidas no cartão de crédito seja no Bradesco ou no Itaú está tão ou mais proibitivo do que no início do ano, dependendo da modalidade. Aliás, não apenas nesses dois, mas em qualquer um dos cinco maiores bancos do País não vale a pena ficar pendurado no cartão, o mais indicado é levantar outra linha de crédito mais barata para zerar essa conta.

Consignado

Até agora, desde que entraram em vigor os novos limites para o crédito consignado para aposentados e servidores públicos, o Banco Itaú não conseguiu enquadrar-se. Pelo menos, é o que permite concluir a partir das informações que são publicadas semanalmente na página do Banco Central. Só para lembrar: pela Portaria nº 64, do Ministério do Planejamento, publicada no Diário Oficial da União do dia 31 de março de 2017, a taxa máxima a ser cobrada dos segurados da Previdência Social no crédito consignado passou a ser de 2,14% ao mês ou 28,9% ao ano.

O Itaú informa que sua taxa é de 2,16% ao mês ou 29,16% ao ano. Para o servidor público o limite de juros no consignado passou a ser de 2,20% ao mês ou 29,8% ao ano. Nessa linha, a taxa no Itaú está em 2,68% ao mês ou 37,32% ao ano, bem acima do permitido pela legislação.

Tanto a Previdência Social como o Ministério do Planejamento orientam o consumidor que encontrarem taxas superiores aos limites fixados que denunciem o fato aos respectivos órgãos e também ao Banco Central.

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