Economia

Juros não devem subir muito mais para alcançar nível neutro, diz Yellen

Uma das taxas necessárias permanece abaixo da taxa neutra, mas não deve subir muito

São Paulo - O Federal Reserve precisará continuar aumentando gradualmente suas taxas de juros nos próximos anos, mas os Fed funds não precisarão subir aos níveis observados em ciclos anteriores, na visão da presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Janet Yellen. Segundo ela, a taxa dos Fed funds permanece "um pouco abaixo" da taxa neutra, mas ela não deve subir muito mais para alcançar o nível neutro.

Em discurso preparado para ser lido em depoimento à Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Janet Yellen também pretende atualizar os congressistas sobre os planos do Fed para começar a diminuir sua carteira de US$ 4,5 trilhões em ativos adquiridos durante e após a crise financeira de 2008. Yellen afirmou que as autoridades esperam que esses planos sejam implementados ainda este ano, mas não foi específica em relação ao momento em que a redução teria início. A dirigente ressaltou que o Fed está "preparado para retomar os reinvestimentos se uma deterioração palpável nas perspectivas econômicas justificar uma redução considerável nas taxas dos Fed funds".

"O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) espera que, desde que a economia evolua amplamente, o programa de redução do balanço comece a ser implementado neste ano", afirmou. No entanto, Yellen apontou que o Fomc não pretende usar o balanço como uma ferramenta de política monetária.

Dirigentes do Fed se encontram em 25 e 26 de julho para uma nova reunião de política monetária. No último encontro, os dirigentes elevaram as taxas dos Fed funds pela segunda vez no ano para o intervalo entre 1% e 1,25% e continuaram a sinalizar um terceiro aumento para este ano. Yellen, no entanto, não deu indicações sobre quando a próxima alta ocorreria, mas voltou a dizer que aumentos graduais nos juros devem ser apropriados nos próximos anos.

Em seu testemunho, a presidente do BC americano comentou que a recente desaceleração da inflação reflete reduções pontuais de preços. Excluindo categorias voláteis, como alimentos e energia, o índice de preços dos gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), a medida preferida de inflação do Fed, mostrou um ganho de 1,4% em maio, na comparação anual, contra 1,8% em, fevereiro. Para Yellen, o desempenho da economia provavelmente irá garantir "aumentos graduais nas taxas dos Fed funds ao longo do tempo" para que os objetivos do BC de emprego sustentável e preços estáveis sejam alcançados ao longo do tempo.

"Aumentos graduais adicionais das taxas provavelmente serão apropriados ao longo dos próximos anos para sustentar a expansão econômica e fazer a inflação retornar à nossa meta de 2%", disse Yellen. Em relação à economia dos EUA, ela apontou que os dados recentes sugerem um retorno do crescimento no segundo trimestre e que o crescimento forte no exterior tem sustentado exportações e a produção industrial.

Para a presidente do Fed, os ganhos no mercado de trabalho têm sido suficientes para absorver novos entrantes. Ela comentou, também, que o Fomc espera que a economia continue a se expandir em um nível moderado e que possíveis mudanças na política fiscal dos EUA "representam outra fonte de instabilidade". (Com Dow Jones Newswires)

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