Economia

Portos registram aumento 4,7% na movimentação de cargas no primeiro semestre

Aumento ocorreu nos terminais privados, que movimentaram 343,04 milhões de toneladas. Já os portos públicos organizados movimentaram 174,46 milhões de toneladas, um decréscimo de 1,04%

No primeiro semestre de 2017 o setor portuário brasileiro movimentou 517,5 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 4,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. O aumento ocorreu nos terminais privados, que movimentaram 343,04 milhões de toneladas, 7,89% maior do que no primeiro semestre do ano passado. Já os portos públicos organizados movimentaram 174,46 milhões de toneladas, o que representou um decréscimo de 1,04%.

Os dados foram apresentadas nesta quinta-feira (10) pelo diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Adalberto Tokarski, no Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex 2017), no Rio de Janeiro. Tokarski participou do painel Portos, transportes e logística: contribuição para a redução de custo e a retomada do crescimento.

Ele destacou que o principal crescimento ocorreu na área de granéis sólidos, com 332,9 milhões de toneladas movimentadas, aumento de 5,9%. Outro aumento significativo ocorreu nas cargas gerais soltas, com 12,6% de incremento, chegando a 27 milhões de toneladas movimentados no semestre. Segundo Tokarski, as commodities continuam sendo as principais mercadorias embarcadas.

“Na exportação FOB [na qual o exportador é responsável pelos custos de transporte e seguro da carga somente até que esta seja embarcada no navio], a parte de navegação e exportação marítima são 81% [do total do Brasil em dólares]. Em peso líquido são 98,56%, porque é muito minério, muita soja e muito milho. É bom, mas seria melhor se tivesse mais produto com maior valor agregado”.

Na importação, segundo os dados apresentados pelo diretor da Antaq, a navegação marítima responde por 71% do valor em dólar e 88,82% do peso líquido. Até o fim do ano, a projeção da Antaq é movimentar 1,033 bilhão de toneladas nos portos, um aumento de 3,23% em relação a 2016.

Logística terrestre

Em outro painel do Enaex, o gerente de Regulação e Transporte Multimodal de Cargas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Tito Lívio Silva, destacou que no Índice de Desempenho Logístico Internacional, elaborado pelo Banco Mundial, o Brasil passou da posição 61 em 2007 para 55 em 2016, enquanto no quesito infraestrutura o país saiu do número 49 para 41 no ranking no mesmo período.

“Houve uma evolução nos últimos 10 anos em termos de desempenho logístico e de infraestrutura, mas é necessário acelerar essa melhoria. Esse índice calcula também questões aduaneiras, serviços logísticos, rastreamento de cargas. Então é um índice bem interessante, porque não podemos ter análises descasadas em termos de questões operacionais”.

Tito Silva destacou que o transporte rodoviário reponde por 65% da matriz de transporte de carga em toneladas por quilômetro úteis (TKU) e o ferroviário, 15%. “Comparativamente, nos Estados Unidos nós temos uma participação de 43% no modo rodoviário e o ferroviário representa 32% do deslocamento em termos de TKU. Esse desbalanceamento da matriz de transporte nos mostra a necessidade de fazer essa adequação, não que o modo rodoviário deva ser evitado em todos os casos, depende das características da carga e do tempo”.

Ele defendeu a melhoria na integração multimodal para melhor adequar o transporte de acordo com as necessidades de cada mercadoria conforme o tempo, preço e distância. O gerente informou que o país tem atualmente 21 trechos de rodovias concedidas, num total aproximado de 10 mil quilômetros, e a agência está em fase de elaboração de relatório dos projetos de concessão de dois trechos: BR-364/365 entre Goiás e Minas Gerais e BR-101/290/386/448 em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Outro trecho da BR-101, um da BR-040 e dois da BR-116 estão com a concessão em análise.

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