Economia

Após patamar ruim, mercado imobiliário do Espírito Santo vive momento de retomada

O aumento de lançamentos e desenvolvimento de projetos paralisados no Estado são sinais de melhorias, que não acontecem no setor há 12 anos

O mercado imobiliário do Espírito Santo está em um momento de retomada, segundo o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Estado (Ademi-ES), Sandro Carlesso. O aumento de lançamentos e desenvolvimento de projetos paralisados são sinais de melhorias que não acontecem no setor há 12 anos.

"Em 2005 o setor imobiliário viveu um ótimo momento, com a facilitação de crédito, taxas de juros competitivas, emprego em crescimento, aumento de renda, crescimento populacional... De 2012 até 2017 tivemos uma queda de mais de 50% na produção de lançamentos, com cerca de 13 mil empreendimentos na Grande Vitória, número menor do que em 2005, quando a população era muito menor do que temos hoje. As vendas caíram muito por falta de confiança do comprador. E por isso, os empresários diminuíram as obras. O mercado imobiliário é o primeiro a sentir impactos da crise", fala Carlesso.

Entretanto, o presidente da Ademi-ES considera que já são visíveis sinais de melhoria, principalmente na confiança do empresário. "A gente vê isso no crescimento de lançamentos. Alguns projetos que estavam paralisados desde 2014, foram retomados. A confiança do comprador enxergando o momento ideal para retomar a compra anima os empresários a lançarem. Com essa mudança de cenário, é vista a retomada das vendas", diz.

"Com a inflação abaixo do nível mínimo da meta e taxas de juros reduzindo, melhora-se financiamento e poupança, que acabam ficando rentáveis e com menos riscos. O que precisa melhorar é o número de empregos, que tem aumentado, mas precisa avançar mais. O momento é bom para o mercado imobiliário e a confiança dos compradores tem elevado o número de fechamento de negócios nos últimos meses", revela.

De acordo com o portal Viva Veral, um dos maiores no segmento de imóveis do Brasil, a intenção de compra das pessoas que o acessaram em 2016 foi de 41%. "Neste ano, a intenção de compra no portal já está em 44% e deve chegar a 48% até o final de dezembro", comenta Carlesso.

Preços congelados

O presidente da Ademi-ES explica o motivo pelo qual os preços do setor imobiliário permaneceram congelados desde 2015. "Simplesmente porque as vendas não aconteceram. É a oferta e procura. A empresas, por estratégia, mantiveram os preços e até fizeram descontos para garantir o mínimo de vendas. Por isso os preços ficaram estabilizados".

Contudo, ele relata que agora é o momento de decisão. "É de costume que nos lançamentos haja descontos do preço de tabela para que os empresários iniciem as vendas em alta. Isso é extremamente importante para o início do empreendimento. Pois isso é momento de decisão".

Foco de imóveis 

Os empreendimentos na Grande Vitória se concentram no município de Vitória, que é seguido de Vila Velha e Serra. Na capital, Jardim Camburi, Enseada do Suá, Bento Ferreira, Praia do Canto e Mata da Praia são os bairros de foco. Já em Vila Velha, Itaparica e Itapoã. "Na Serra sobressaem os empreendimentos econômicos como Minha Casa Minha Vida, por exemplo".

Segundo Sandro Carlesso, o perfil das principais novas unidades imobiliários na Grande Vitória são os residenciais com três quatros, seguido pelo de dois quartos.

Imóveis como investimento

Mediante ao cenário de retomada do setor imobiliário, há um considerável aumento na procura por parte de investidores. "Com as taxas de juros mais baixas, a tendência é que o investidor busque imóveis, pelo fato da rentabilidade e pela valorização maior do que as aplicações normais de mercado por conta da Selic. Com os preços estabilizados, os lançamentos têm negociações de valores e, no futuro, isso terá rentabilidade melhor que aplicação", finaliza.

Unidades à venda

O maior evento do setor de imóveis do Espírito Santo, o Salão do Imóvel Ademi-ES, que acontece desta quinta-feira (26) ao dia 29 deste mês, na Arena Shopping Vitória, promete movimentar o mercado imobiliário capixaba. Em sua 24ª edição, ele reúne mais de 5 mil unidades à venda, entre casas, apartamentos, lojas, salas comerciais e lotes. A grande variedade de produtos será comercializada por cerca de 35 empresas, entre construtoras, incorporadoras, loteadoras, imobiliárias e instituições bancárias, para um público de cerca de 6 mil pessoas, com idade entre 20 e 40 anos, e renda média familiar mensal variando de R$ 3.940 a R$ 12 mil.

Os imóveis têm preços a partir de R$ 115 mil, desde lançamentos a empreendimentos prontos para morar ou em construção. Há também opções de unidades inseridas no programa habitacional Minha Casa Minha Vida, como também residenciais com perfil econômico, além de unidades de médio e alto padrão, sendo possível adquirir unidades de um, dois, três, quatro e até cinco quartos. No caso dos empreendimentos de luxo há sugestões em regiões nobres das cidades, com preços que podem chegar a R$ 6,5 milhões.

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