Economia

Indústria da construção opera com elevada ociosidade, revela CNI

A pesquisa revela que os indicadores relacionados ao desempenho do setor ainda mostram queda da atividade e do emprego no setor da construção, embora em menor ritmo que o observado em 2016

Brasília - A indústria da construção continua operando com elevada ociosidade, segundo Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta sexta-feira, 27, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A pesquisa revela que os indicadores relacionados ao desempenho do setor ainda mostram queda da atividade e do emprego no setor da construção, embora em menor ritmo que o observado em 2016.

O nível de utilização da capacidade de operação da indústria de construção ficou em 58% em setembro, ante 57% registrado no mês anterior. "Isso significa que 42% das máquinas, equipamentos e pessoal do setor ficaram parados no mês passado", destaca a pesquisa. Essa ociosidade, afirma a CNI, é resultado da baixa atividade do setor.

O índice de evolução do nível de atividade ficou em 46,4 pontos, valor 0,3 ponto inferior ao registrado em agosto. O indicador do número de empregados apresentou recuo para 45,2 pontos, ante os 45,8 pontos registrados em agosto. Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem pontos e, quando estão abaixo dos 50 pontos, indicam queda na atividade e no emprego.

Índice de confiança

Para os próximos meses, os empresários estão mais confiantes com relação à situação da empresa e ao cenário econômico. O Índice de Confiança do Empresário da Construção subiu para 53,8 pontos e ficou acima da linha divisória de 50 pontos, que separa o otimismo do pessimismo. Essa é a terceira alta consecutiva do indicador, que está acima da média histórica de 52,6 pontos.

"A melhora da confiança é resultado do aumento do otimismo dos empresários em relação às condições da economia e das empresas nos próximos seis meses", destaca o documento da CNI. O indicador que mede as condições atuais manteve-se estável, em 46,1 pontos, indicando piora das condições correntes de negócios.

Segundo a economista da CNI Flávia Ferraz, a redução dos juros e a recuperação gradual da economia foram decisivas para a melhora da confiança dos empresários do setor. "A construção depende muito de financiamentos e, com a queda dos juros, caem os custos dos empréstimos para os compradores de imóveis e para as empresas que precisam de financiamentos", afirma Flávia Ferraz.

A pesquisa mostra ainda que os empresários apostam na recuperação das atividades do setor. O índice de expectativas do nível de atividade ficou acima de 50 pontos. Outros indicadores de expectativa mantiveram-se próximos da linha de 50 pontos, apontando expectativa de manutenção de novos empreendimentos e serviços, da compra de insumos e matérias-primas e do número de empregados. O indicador de intenção de investimentos subiu para 30,4 pontos, o que representa a terceira alta consecutiva do indicador.

Problemas

A pesquisa aponta que a elevada carga tributária voltou a ser o principal problema dos empresários da construção, com 32,3% das menções no levantamento. Assim, depois de cinco trimestres consecutivos, a falta de demanda deixou de ser o principal problema do setor, ficando em segundo lugar, com 30,6% das respostas. Em terceiro lugar ficou a falta de capital de giro, seguido da taxa de juros elevada.

A Sondagem Indústria da Construção de setembro foi feita entre 2 e 17 de outubro com 615 empresas.

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