Economia

Orlando Silva diz estar pessimista com relação à votação da reforma

Temer citou por várias vezes o nome do deputado, apelando a ele que aprove a reforma previdenciária

São Paulo - O deputado pelo PCdoB e ex-ministro do Esporte Orlando Silva disse nesta sexta-feira, 8, em entrevista ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) que está pessimista com relação à votação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados no próximo dia 18 ou 19 de dezembro, data fixada pelo presidente da República, Michel Temer, durante discurso que fez na abertura do 22º Encontro Anual da Indústria Química, em São Paulo.

Temer citou por várias vezes o nome do deputado, apelando a ele que aprove a reforma previdenciária. Mas de acordo com Orlando Silva, o presidente sabe que não há a menor hipótese de a reforma ser aprovada. "O presidente Temer sabe que não há nenhuma hipótese de se aprovar a reforma da Previdência por uma questão muito simples: não há 308 votos favoráveis", disse.

O parlamentar lembrou que a data de 18 ou 19 de dezembro fixada por Temer para a Câmara colocar o projeto em votação é a terceira data diferente. "Na verdade, ele precisa manter acesa a chama da reforma da Previdência para dar uma aparência de que o governo está funcionando e que tudo está acontecendo bem", comentou, ironizando que "gostaria de viver no País descrito pelo presidente Temer em que hoje há harmonia e crescimento da economia".

"Não é isso que nós vemos. Portanto, sou pessimista com relação à votação no dia 19, não acredito que tenha número para isso", disse o deputado.

Na avaliação de Orlando Silva, é necessária a construção de um processo mais cuidadoso para fazer qualquer ajuste na Previdência. "Há que se olhar as contas públicas, há que se separar os gastos previdenciários dos gastos da seguridade social para sabermos exatamente quais são os números que nós temos que enfrentar de déficit", pontuou o deputado.

Segundo Orlando Silva, o governo fala em reduzir gastos com a Previdência, mas continua com seguidas propostas de desoneração fiscal que impactam nas contas públicas e direta e indiretamente nas contas da Previdência. "Parece que há uma certa incoerência na orientação econômica desta matéria e a proposta que, eu diria, é insuficiente", afirmou.

Lula

Ciente do momento atual, o deputado do PCdoB chegou a aconselhar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a parar de criticar a necessidade de uma reforma da Previdência. "Eu o aconselhei a criticar essa reforma do Temer e não a necessidade de uma reforma porque, se ele ganhar a Presidência, ele vai ter que fazer uma reforma da Previdência", disse o deputado de esquerda.

Orlando Silva afirmou que não é contra a reforma e que nem critica a reforma, em rede. "Sou contra essa reforma do Temer, que mistura tudo. Mistura os números da Previdência com os da seguridade nacional", disse Orlando Silva. De acordo com o deputado, outro ponto que o faz ser contra a proposta do governo Temer por ela não atingir todas as categorias. "Essa reforma está mantendo privilégios", comentou. "Não sou contra a reforma, em tese, porque todos os governos fizeram reforma e o próximo presidente, seja quem for, terá que fazer a reforma da Previdência", disse o deputado do PCdoB.

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