Criador de La Casa de Papel declara: - O espectador gosta de ser manipulado

A  terceira temporada de La Casa de Papel já está sendo preparada, e seu criador, Álex Pina, junto com a coprodutora Esther Martínez, falaram com a AFP sobre o sucesso da série, que é a mais vista de língua não inglesa da Netflix.

Segundo a AFP, a Netflix não divulga dados de audiência. Questionados sobre se conhecem seu público, Esther respondeu:

- O perfil não está muito claro, porque muita gente gosta da série. A Netflix não dá dados, mas hoje em dia de alguma forma estes não são necessários porque as redes sociais te situam em lugares: a comunicação é direta.

Álex Pina completa dizendo que para ele, a série parece fazer mais sucesso no Brasil, Argentina, França e Turquia. Ele também disse que as redes sociais dão muita informação e é difícil de entender.

- Por exemplo, uma parte das pessoas queria muito matar o Arturo e realmente o odiavam. No entanto, a Netflix fez uma amostra entre os fãs da série e uma das coisas mais fascinantes é que as pessoas gostam de odiar Arturo. Há mensagens muitas vezes contraditórias.

Álex também falou sobre eles estarem o tempo todo confundindo o espectador.

- Estamos confundindo o espectador moralmente. Não se sabe se Berlim é um cara que se deve odiar, é realmente misógino, desprezível, cruel, e mesmo assim você o adora. Estamos mudando o foto moral e manipulando o espectador, e acho que o espectador gosta que façamos isso.

Quanto aos preparativos da próxima temporada, Álex garante que encontraram uma ótima forma de continuar.

- Estivemos dois meses pensando se podíamos abrir a série. Encontramos uma ideia que achamos ser maravilhosa, fomos à Netflix e tudo foi implementado. Vamos tentar trabalhar a fragmentação, a desordem do tempo. O espectador é cada vez mais especialista, vê muitíssimas horas de ficção por dia. Pode ser que cheguemos a manejar cinco tempos em um mesmo capítulo.