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Bife na frigideira: um guia prático para a carne ficar perfeita

De uso fácil e rápido, as frigideiras podem ser ótimas aliadas no preparo de bifes, mas na correria do dia a dia, alguns cuidados devem ser tomados na preparação do prato; siga o passo a passo de um chef de cozinha

Foto: pexels

O bife de boi é um prato que, mesmo na simplicidade, atrai o olfato e o paladar de muita gente. Com tantos tipos de carnes e cortes, nem sempre é fácil tomar a iniciativa de ir até o açougue, ou mesmo saber qual panela adequada para o preparo. 

Saiba que nem tudo está perdido e aquela frigideira que você tem em casa pode ser uma mão na roda. Mas, antes do assunto principal e, independentemente da carne que você tenha, já tire ela do congelador!

Com a correria do dia a dia, nem sempre sobra tempo para se dedicar à cozinha e é nessa pressa que o chef Alessandro Eller aponta que este é o principal erro da preparação dos bifes: a retirada da geladeira.

Qual carne devo comprar?

Dentre as inúmeras opções de cortes bovinos disponíveis no mercado, o chef Eller aponta que o patinho e o chã de dentro são bons tipos de corte. 

O contrafilé também pode entrar na lista, mas vale lembrar que esse possui dois tipos: bife ancho (com gordura interna) e bife de chorizo (com capa de gordura exposta). Ambos podem ser utilizados como bife, mas vai de acordo com o gosto de cada um.

Antes do preparo!

De acordo com o chef, para que todo o processo de preparação ocorra da melhor forma possível, o mais indicado é que a carne seja retirada do congelador com antecedência.

“O melhor é sempre retirar da geladeira ou do congelador, deixar de 10 a 15 minutos do lado de fora ou até que a carne atinja a temperatura ambiente. Ao utilizar a carne com temperatura fria da geladeira, que pode girar em torno de 6ºC a 7ºC, fica difícil acompanhar o processo de cozimento”, explicou.

Faça amizade com a frigideira!

Antes de se empolgar e pegar a primeira frigideira que está na frente, alguns pontos devem ser levados em consideração para o preparo do bife e a escolha do tipo de frigideira é o primeiro deles.

O chef Alessandro recomenda que seja dada preferência para panelas com o fundo mais grosso, pois esse detalhe influencia na quantidade de calor que a carne vai receber.

“No caso de frigideiras ou outras panelas com o fundo mais fino, a carne pode não atingir uma temperatura adequada, prejudicando o processo de selagem do alimento, que consiste na criação de uma camada externa que preserva o líquido da carne”, ressaltou.

Eller faz um alerta sobre o líquido que costuma sair das carnes: não é sangue! Quem não possui uma frigideira com um fundo mais robusto não precisa se desesperar. 

Caso haja qualquer outra panela com um fundo mais grosso, ela também pode ser usada nesta hora. Segundo o chef, geralmente as panelas usadas para o preparo de arroz ou aquelas feitas com “alumínio batido” são boas opções.

Fogo ligado e atenção!

Tudo começa com o aquecimento da frigideira (ou de outra panela com o fundo grosso). Nesta etapa é recomendado colocar um fio de azeite ou de óleo e, em seguida, a carne.

DICA DE OURO: Não mexa o bife neste primeiro momento!

É importante que logo após a carne ser colocada na frigideira, ela fique parada. Este processo, além de ser o início do cozimento, também é a parte conhecida como selagem. 

Nesta etapa, a parte externa do bife cria uma proteção que não deixa o líquido da carne vazar. O chef lembra que é esse líquido o responsável pelo sabor de toda a peça.

Mal passado: para os apaixonados por carnes mal passadas e mais macias, a dica do chef é deixar o bife fritar por cerca de quatro minutos de cada lado e sem mexer muito.
Bem passado: para quem busca um bife bem passado e mais firme, o tempo recomendado é que cada lado da carne siga o mesmo procedimento por aproximadamente seis minutos.
Foto: Pixabay

Tempero

Enquanto a carne segue esse processo de virar de um lado para o outro, o chef Alessandro dá outra dica de ouro. Adicionar alguns ingredientes com o bife ainda na frigideira:

Manteiga
Alho
Alecrim
Tomilho

Quando colocar o sal?

Foto: pexels

Ele pode ser um amigo quase inseparável na culinária, mas no preparo de carnes pode se tornar um inimigo do sabor. 

De acordo com Eller, quem estiver preparando a carne deve se atentar ao momento de colocar o sal.

"O sal é um conservante natural, então quando ele é adicionado na carne, ele passa a desidratar. Inclusive, quando você tempera com sal, dá para observar que a carne começa a soltar o líquido e, com isso ela perde maciez, sabor e pode ficar dura", alertou.

Para escapar do pesadelo da carne dura, a dica é evitar colocar o condimento muito antes, mas sim, jogar ele logo quando colocar a carne na frigideira.

É bom saber!

Claro que nem sempre uma cozinha terá à disposição um termômetro para alimentos, mas caso tenha, ele pode ser uma ferramenta útil para verificar o estado final do bife. Lembrando que o dispositivo deve ser utilizado em carnes mais grossas ou em medalhões.

Temperatura média para cada tipo de carne:

Mal passada: 50ºC a 55ºC 
Ao ponto: 50ºC a 60ºC
Bem passada: Acima de 65ºC

Mas, será que está pronto?

A identificação do bife pronto, cozido, frito ou cru não tem segredo! O chef Alessandro explica que tudo se resume à textura da carne. 

Caso o bife esteja muito macio, pode ter certeza que ele ainda está mal passado e, caso a carne esteja mais firme e mais escura, está no ponto exato e pronta para o consumo.

Sem segredo e sem dor de cabeça! É hora de se aventurar na cozinha e atrair olhos e narizes com o bife bovino direto da frigideira.

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