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Antonio Cicero é eleito imortal da Academia Brasileira de Letras

Ele vai ocupar a cadeira número 27, antes ocupada pelo professor e escritor Eduardo Portella, que morreu no dia 3 de maio

A Academia Brasileira de Letras (ABL) elegeu nesta quinta-feira, 10, por 30 votos a 4, o poeta Antonio Cícero como novo imortal. Ele vai ocupar a cadeira número 27, antes ocupada pelo professor e escritor Eduardo Portella, que morreu no dia 3 de maio.

Concorreram dez candidatos. Além de Cícero, Alfredo Sirkis, Cláudio Aguiar, José Itamar Abreu Costa, Eloi Angelos G. D’Aracosia, Adenildo de Lima, Delasnieve Daspet, Felisbelo da Silva, Luís Carlos de Morais Junior e Helio Begliomini.

O primeiro ocupante desta cadeira foi Joaquim Nabuco, que escolheu como patrono Maciel Monteiro. Depois, ocuparam a vaga Dantas Barreto, Gregório da Fonseca, Levi Carneiro e Otávio de Faria.

A eleição de Cícero já era dada como certa na academia. Foi a terceira vez que ele concorreu a uma vaga. "Antonio Cícero traz para a Academia Brasileira de Letras a presença e a atuação de um dos poetas mais representativos da literatura brasileira contemporânea", disse o presidente da ABL, Domício Proença Filho.

Poeta e ensaísta, Antonio Cicero é carioca e nasceu em 1945. Seu nome ficou conhecido na música popular nos anos 1980, por ser parceiro de Marina Lima, sua irmã, em sucessos como "Fullgás", "Virgem", "Acontecimentos", "Charme do mundo" e "Pra começar". Marina musicava seus poemas sem que ele soubesse. O poeta descobriu, gostou do resultado, e assim nasceu a parceria.

Ele também fez outros sucessos, como o funk "À Francesa" (89), com Cláudio Zoli e teve parcerias com João Bosco, Waly Salomão, Orlando Morais, Adriana Calcanhotto e Frejat. Grandes intérpretes gravaram sua obra, como Maria Bethânia "O Lado Quente do Ser", "Logrador" e "O Circo", Caetano Veloso "Bobagens, Meu Filho, Bobagens", Lulu Santos "O Último Romântico", Gal Costa "Acende o Crepúsculo".

O poeta é autor de livros de ensaios filosóficos, como O mundo desde o fim (Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995) e Finalidades sem fim (São Paulo: Companhia das Letras, 2005), e dos livros de poemas Guardar (Rio de Janeiro: Record, 1996), A cidade e os livros (Rio de Janeiro: Record, 2002) e, em parceria com o artista plástico Luciano Figueiredo, O livro de sombras: pintura, cinema e poesia (Rio de Janeiro, + 2 Editora, 2010).

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