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Preta Gil faz desabafo sobre gordofobia: 'Em algum momento eu quis ser magra'

E em entrevista ao quadro VEJA Gente, comandado pelo jornalista Bruno Meier, a cantora relembrou a época em que se lançou na indústria da música, aos 29 anos de idade

Preta Gil lançou na última quinta-feira, dia 26, o seu sexto álbum em 15 anos de carreira, chamado Todas as Cores! E em entrevista ao quadro VEJA Gente, comandado pelo jornalista Bruno Meier, a cantora relembrou a época em que se lançou na indústria da música, aos 29 anos de idade. Por ser filha de Gilberto Gil, sobrinha de Caetano Veloso e afilhada de Gal Costa, a artista admitiu que demorou para começar a cantar pela pressão que recebia de outras pessoas.

- Medo, né? Você tem uma responsabilidade muito grande em ter aqueles ícones dentro da sua família, e você começa a vislumbrar o que vai ser. Eu estudava teatro, estudava canto... Tem uma cobrança muito forte externa, né? Desde que eu me entendo por gente, as pessoas perguntam Como é ser filha do Gilberto Gil? E eu escutei tanto essa pergunta, e para mim é tão natural ser filha dele, que eu acabei transformando isso numa paranoia. Mas quando meu pai virou Ministro da Cultura, eu me lembro que aquilo foi uma estranheza muito forte. Eu não sabia o que isso significava. Aí quando começaram a colocar um peso, dizendo A filha do Ministro... Eu fiquei mais vigiada do que eu já era. Foi logo no começo da minha carreira, e isso foi uma coisa meio esquizofrênica.

Preta ainda confessou que o pai, que teve alguns problemas de saúde, melhorou bastante com o tempo.

- Ele está ótimo, maravilhoso. Ele esteve doente no ano passado, foi bem assustador, mas ele passou pelo tratamento e ficou melhor do que antes. Ficou mais animado, entusiasmado, trabalhando mais, saindo mais. Tudo mais. Apesar desse susto, foi bom.

A artista também fez um desabafo sobre o racismo, a bifobia e a gordofobia que acaba sofrendo dentro da sociedade. Por mais que tenha essas três lutas pessoais, Preta afirmou que existe uma que a afeta mais.

- Por incrível que pareça, você se assumir gordinha, e ser feliz assim, usar biquíni, vestido curto, mostrar as celulites no palco... Isso ainda choca muito as pessoas. Até mais do que ser bissexual. O racismo ainda é muito forte no Brasil, isso é muito sério, mas comigo, sofri mais com a gordofobia. Com as pessoas se assustarem muito com a minha auto estima. Eu já fiz lipo, já caí nessa armadilha e em algum momento eu quis ser magra. Mas eu sou feliz do jeito que eu sou, porque o corpo que eu tenho é consequência das escolhas que eu fiz, e eu sou feliz com as minhas escolhas.

A cantora ainda citou a parceria que fez com Pabllo Vittar na música Decote:

- A gente se conheceu e eu já tenho uma paixão por ela há dois anos, desde quando ela lançou a primeira música dela, chamada Open Bar. E nesses dois anos a gente vinha se stalkeando e exatamente há oito meses nós pensamos em gravar Decote, uma música que ficou de fora do álbum dela. Recebi a demo com a voz dela e quis gravar. Foi uma das maiores felicidades da minha vida. Primeiro porque a Pabllo, desde quando gravamos Decote, vem a cada dia ganhando mais notoriedade. As pessoas vêm entendendo a força que ela tem e o quão importante hoje ela é na sociedade, e como ela influencia positivamente as pessoas.

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