Entretenimento e Cultura

Saiba mais sobre O Matador, primeiro longa brasileiro feito pela Netflix

Um temível pistoleiro poderá ser visto nesta sexta-feira, dia 10, em algum cômodo da sua casa. A estreia de O Matador no Netflix é a primeira ficção brasileira produzida pela plataforma streaming

A história é protagonizada por Cabeleira, vivido pelo ator português Diogo Morgado, um habitante do sertão pernambucano criado pelo cangaceiro Sete Orelhas, papel de Deto Montenegro. À margem da civilização, Cabeleira deixa o local onde cresceu apenas quando o tutor desaparece sem aviso. Quando chega à cidade, acaba cruzando o caminho de Monsieur Blanchard, interpretado pelo francês Etienne Chicot, um tirano que domina as terras e o mercado de pedras preciosas da região. O vilão acaba contratando o pistoleiro como matador de aluguel.

Diogo detalhou um pouco mais do protagonista do longa:

- Desde criança, ele sobrevive sem saber o que é a sociedade e a moral humana. É um tipo muito primitivo, muito instintivo. Ele ser um bom matador tem a ver com essa falta de filtros. Para mim foi uma experiência incrível, porque é um personagem de composição. Você olha para mim e vê que não tenho nada a ver com O Matador, analisou.

O ator também conta que fez questão de passar algumas semanas no sertão antes do início das gravações, para familiarização com o ambiente seco e hostil da região. Cosmopolita, ele explica que usou o estranhamento com o ambiente na construção de Cabeleira.

- Como o processo tinha que ser um pouco rápido, eu absorvi esse choque e transportei para o personagem. Toda a composição que foi feita depois, a prótese dentária e o modo de falar (por exemplo) resultaram desse choque.

O elenco conta ainda com nomes como Thaila Ayala, Daniela Galli, Maria de Medeiros, Thaís Cabral, Mel Lisboa, Paulo Gorgulho, Ana Carolina Godoy, Igor Cotrim e Nill Marcondes. Thaila aparece na pele da personagem Renata, esposa de Quatro Olhos, personagem de Marat Descartes. A atriz revelou que começou a estudar a trama durante as filmagens de Pica-Pau.

- Estava em um universo completamente diferente, falando inglês, uma produção internacional. Vi vários filmes de época, bem antigos. Entrei no universo da minha pesquisa ali e pedi para chegar um pouco antes (no local de gravação), porque eu estava vindo de fora. Antes das datas de filmagem, no sertão de Pernambuco, já estava em Pesqueira para que eu pudesse ficar no ambiente, no meu próprio laboratório. Eu briguei por isso

Com a palavra, o diretor

Para Marcelo Galvão, que assina a direção e o roteiro da trama faroeste, a expectativa é enorme. O longa será distribuído por 190 países e traduzido em 20 línguas.

- Eu posso ligar para os meus amigos e dizer para assistirem ao filme em casa, brincou Galvão.

O diretor explicou que o projeto começou com um pitch - discurso de venda no qual uma ideia é descrita - enviado à Netflix. Com a ideia aprovada, ele começou a fazer os testes de elenco:

- Apesar de ter grandes nomes (no filme), sempre faço bastante teste. O que eu gosto mesmo é de dirigir ator, sempre ensaio bastante. Foi um elenco escolhido a dedo, revelou.

Para uma produção deste tamanho, Galvão explica que é preciso contar com a colaboração de todos os envolvidos

- Num lugar no qual o centro mais próximo está há 200 quilômetros, você tem ter parceria entre o elenco e a equipe. A minha equipe é sempre a mesma. Eu nunca mudo por causa disso.

Pontos moeda