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Confira como foi o primeiro dia de desfiles do Carnaval de Vitória

E quem fechou os desfiles foi a Chegou o que Faltava, que homenageou a sambista Jovelina "Pérola Negra" com uma apresentação sem erros

Gustavo Fernando

Redação Folha Vitória

A primeira noite do Carnaval de Vitória foi de camarotes lotados, pouco público nas arquibancadas e o desfile de sete agremiações do Grupo de Acesso.

E quem deu o sinal verde foi a Tradição Serrana, que abriu os desfiles desta sexta-feira (02). A escola da Serra, que fez uma homenagem a Zumbi dos Palmares através do enredo “Abaixo a opressão…Tradição canta ao Rei dos Palmares”, acabou apresentando um desfile problemático. 

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Além de ultrapassar o tempo máximo de desfile, que era de 60 minutos, fato que gera punição conforme regulamento da Lieses (Liga Espírito-Santense das Escolas de Samba), algumas alas estavam com as fantasias incompletas, até mesmo com componentes desfilando descalços, o que também gera punições.

Compacta, a agremiação desfilou com dois carros alegóricos e cerca de mil componentes divididos em dez alas. Os destaques do desfile foram a bateria, que levantou o público no Sambão do Povo com "bossas" e "paradinhas", o intérprete Lucas Donato e uma dupla que veio lá da "Terra do Sol Nascente", Kouko Miasaki e Yohji Nakajima, rainha e rei da bateria.

A segunda escola a atravessar a passarela do samba capixaba foi a Unidos de Barreiros, que prestou uma homenagem ao município de Piúma. E a escola também acabou apresentando problemas. Após o sinal verde para o início do desfile, a agremiação demorou cerca de oito minutos para que a comissão de frente iniciasse sua apresentação. Além disso, desfilou sem nenhum carro alegórico e o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira estava com uma fantasia com uma simplicidade não pertinente ao quesito.

Confira a galeria de fotos da Unidos do Barreiros

A Barreiros também apresentou ausência de alas, e entre as que foram para a avenida, algumas estavam incompletas. Os destaques ficaram por conta da ala de baianas, representando Nossa Senhora Aparecida, a bateria comandada pelos Mestres Igor Melo e Rony Rodrigues, e a belíssima fantasia da rainha Thaysa Andrade. Apesar dos problemas, a escola fez um desfile alegre e com os foliões cantando o samba. 

A terceira a desfilar no primeiro dia do Carnaval de Vitória foi a Rosas de Ouro, escola de samba da Serra. A agremiação, que ficou na 8º colocação no último carnaval, escolheu o enredo “Espírito Santo, o Filho Mestiço Deste Gigante Chamado Brasil” para se apresentar no Sambão do Povo, e ela não decepcionou.

Confira a galeria de fotos da Rosas de Ouro

Apostando em grandes nomes do Carnaval Carioca, como o intérprete Nêgo, que é irmão de Neguinho da Beija-Flor e coleciona passagens por escolas como Império Serrano, Imperatriz Leopoldinense, Viradouro e Salgueiro, o mestre-sala Raphael Rodrigues, que desfila pela Vila Isabel, e a rainha Carol Strass (musa da Unidos de Bangu), a escola se apresentou compacta e com belas fantasias para brigar pelo título do Grupo de Acesso.  Mas a escola acabou pecando ao levar somente um carro alegórico para o Sambão do Povo. 

Apostando na fé para vencer o Grupo de Acesso e desfilar no Grupo Especial no próximo ano, a Imperatriz do Forte levou para a avenida o enredo “Sou Imperatriz, sou Capixaba com fé!”. E a escola pisou no Sambão do Povo com pinta de quem está na briga pelo título. 

Com aproximadamente 1200 componentes, divididos em 19 alas, três carros alegóricos e dois tripés, a escola foi a maior a atravessar o Sambão do Povo, e ainda assim, cumpriu o tempo regulamentar. Os destaques? A comissão de frente, que representava o aparecimento de Nossa Senhora Aparecida, os carros alegóricos e o conjunto de fantasias.

Confira a galeria de fotos da Imperatriz do Forte

E um dos trunfos da Imperatriz para realizar um grande desfile era o experiente carnavalesco Alex Santiago, que não desapontou o público no Sambão do Povo ao destacar importantes representatividades religiosas do Brasil e do Espírito Santo. Entre elas, um "pede passagem" que possuía uma escultura de São Jorge e uma imensa escultura de Nossa Senhora da Penha presente no último carro, e responsável por "fechar" o desfile da escola.

A Independentes de São Torquato, escola de Vila Velha, foi a quinta a desfilar. Para este ano, escolheu o enredo “Mulher Independente, capitoa a comandar. Luísa Grinalda a independentes vai cantar!”, que aborda a história da primeira governadora do Espírito Santo. E não é que a escolha 'deu samba". Pelo menos para os componentes da escola e para os presentes no Sambão do Povo, que cantaram animados o refrão principal. 

O desfile foi iniciado por uma imponente caravela no abre-alas. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Júlia e Vinícius, mostraram sintonia perante a primeira cabine de julgadores, mas tiveram problemas com a fantasia ao longo do desfile. 

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Também deve-se destacar a forma compacta da apresentação da escola, a presença da velha guarda, o samba, que "caiu na boca do povo" e a rainha Brysa Sousa, que arrancou aplausos na avenida. Como ponto negativo a agremiação desfilou com apenas dois carros alegóricos, já que um teve o pneu furado, e problemas no eixo de direção, ainda na concentração, não comprometendo ainda mais o desfile.

Com o enredo “Sertão. Sol, seca e alegria…A saga de um povo valente, festeiro, e lutador”, a Chega Mais, fez uma homenagem ao nordeste e ao povo nordestino em seu desfile. A escola de Vitória, que busca disputar o título neste ano, se apresentou de forma organizada, com carros alegóricos de ótimo acabamento, uma bateria empolgante e fantasias de fácil leitura. 

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Além disso, quem chamou a atenção do público durante o desfile foi o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Sandro Souza e Delma Vieira, com uma luxuosa fantasia. A escola, que praticamente encerrou o desfile às 6 da manhã deste sábado, acabou pecando ao "abrir um buraco" em frente da primeira cabine julgadora, durante apresentação da bateria. 

E quem fechou os desfiles do primeiro dia do Carnaval de Vitória foi a Chegou o que Faltava, que homenageou a sambista Jovelina "Pérola Negra" com o enredo “Pra Nivelar a Vida em Alto Astral. Nobre Pérola, Jovelina”. 

Confira a galeria de fotos da Chegou o que Faltava

Quarta colocada no último carnaval, a escola entrou na briga pelo título deste ano ao se apresentar compacta, com fantasias criativas, coloridas e de fácil leitura, além da presença do promoter/sambista David Brazil, que levantou o público presente no Sambão do Povo ao desfilar pela segunda vez consecutiva no Espírito Santo. Outro ponto positivo do desfile foi o samba, muito cantado pelos componentes da escola. 

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