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MP do Rio pede condenação de Eurico por crime ambiental em obras do CT do Vasco

Os procuradores afirmam que "no terreno houve um aterramento que causou um acelerado processo de descaracterização e supressão da vegetação de mangue

Redação Folha Vitória

A Procuradoria da República no Rio de Janeiro pediu a condenação do ex-presidente do Vasco Eurico Miranda em ação penal sobre supostas irregularidades no Centro de Treinamento do clube. De acordo com o MPF, a estrutura foi erguida sobre manguezal, que, segundo a legislação, é considerado área de preservação permanente. O terreno foi doado pela União nos anos 1990. As informações foram divulgadas pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro.

Segundo o Ministério Público Federal, em 1998, Eurico recebeu doação de terreno da União situado às margens da Rodovia Washington Luiz, onde seria construído o Centro de Treinamento do clube.

A Procuradoria ainda dá conta de que o cartola admitiu, em depoimento, que a "área florestada e de manguezal estava preservada quando receberam o terreno, mas de fato teria sido degradada, além de que o local já estaria aterrado em um determinado nível, mas que o nível de aterro foi aumentado".

Os procuradores afirmam que "no terreno houve um aterramento que causou um acelerado processo de descaracterização e supressão da vegetação de mangue". "A degradação ambiental atingiu uma área de cerca de 1 mil metros quadrados. No local, existem resíduos caracterizados como demolições, escavações e dentificações. Diante da situação, foi celebrado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Estadual para reflorestamento da área", diz o MPF.

"Além de não cumprir o acordo, como presidente do clube, Eurico Miranda não tomou nenhuma providência para impedir a realização de despejos irregulares, causando danos à saúde humana, mortandade de animais ou destruição significativa da flora; bem como destruíram floresta considerada de preservação permanente, situada em terra pública, sem a devida autorização do órgão competente", diz a procuradoria, por meio de nota.

A reportagem tentou contato com o ex-presidente do Vasco e o clube, mas não obteve resposta.

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