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Receita de arenas no futebol brasileiro cresce, mas fica longe da Europa

Redação Folha Vitória

A arenas construídas no Brasil nos últimos anos geram uma renda cada vez maior aos grandes clubes do País. Mas ainda representam uma fração do que se movimenta em bilheterias pelo mundo do futebol. Dados compilados pela agência Sports Value revelam que, entre os times nacionais, houve um aumento de quase 80% na renda proporcionada pelos estádios nos últimos seis anos. O volume passou de R$ 500 milhões em 2012 para R$ 892 milhões ao final de 2017. Apenas no ano passado, o salto foi de 21%.

O Palmeiras, com o Allianz Parque, é quem mais lucra. Ao final de 2017, havia recebido R$ 121 milhões com seu estádio, incluindo bilheteria e outras explorações comerciais. Em 2016, esse volume havia atingido R$ 104 milhões. Antes da inauguração da nova arena, o clube obteve apenas uma renda de R$ 34 milhões em 2014.

O segundo lugar em 2017 ficou com o Flamengo com receitas de R$ 105 milhões, um salto substancial em comparação aos R$ 66 milhões em 2016. O ranking ainda traz o Internacional com R$ 68 milhões em receitas em 2017, seguido pelo Grêmio, com R$ 66 milhões. A avaliação, porém, alerta que o Corinthians "não apresenta em seu balanço as receitas com estádios e, por isso, ficou de fora da análise desde que deixou de jogar no Pacaembu".

Um dos grandes avanços tem sido os programas de sócio-torcedor. Em 2012, eles movimentavam R$ 196 milhões, R$ 100 milhões a menos do volume que se gerava com bilheteria e outras formas de exploração comercial dos estádio. Hoje representam R$ 442 milhões, praticamente o mesmo valor do restante das atividades das arenas.

O estudo ainda aponta que "em 2012, as receitas com sócio-torcedor representavam apenas 39% do total, índice que subiu para 50,4% em 2016". Além disso, mais dois fatores pesam para a distância que ainda existe entre a receita de estádios brasileiros e a de europeus: a lotação das arenas e o preço de ingressos.

No Brasil, em 2017, a média de público na Série A foi de 41% da capacidade dos estádios, com ingressos com preços médios de R$ 35. Na Inglaterra, o valor foi de R$ 222,5 e com estádios com média de público de 96% de suas capacidades. Na Espanha, a lotação foi de 76%, com ingressos a R$ 157. Números parecidos também são registrados na Alemanha e Itália.

Apesar do avanço na receita com bilheteria, a disparidade entre o volume que se movimenta no Brasil com as novas arenas e no restante do mundo ainda é profunda. De acordo com Amir Somoggi, fundador da Sport Value, o mercado nacional representa apenas 0,5% do mercado global do setor. "Embora as receitas com estádios tenham crescido nos últimos anos, o futebol brasileiro representa muito pouco do mercado global de receitas com estádios e arenas", destacou.

O líder mundial é o Barcelona, que consegue uma receita equivalente a R$ 519 milhões com o estádio Camp Nou apenas em dias de jogos. O volume é quase cinco vezes o que o líder brasileiro movimenta. O segundo lugar global também é espanhol: no Real Madrid, a receita em dia de jogos atinge R$ 516 milhões, contra R$ 437 milhões no Manchester United, o gigante da Inglaterra.

Entre as 10 maiores receitas de clubes brasileiros com seus estádios, porém, cinco deles não conseguem atingir nem mesmo a marca de R$ 50 milhões - entre eles o Santos, Cruzeiro e o Atlético Mineiro.

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