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Copa com 48 seleções aumenta risco de goleadas constrangedoras

Se Rússia enfiou 5 a 0 na Arábia Saudita, imagina o que uma campeã do mundo não pode fazer em times praticamente amadores a partir de 2026

Rússia fez logo 5 a 0 na Arábia Saudida no Estádio Luzhniki, na abertura da Copa | Foto: Instagram/ Fifa

André Avelar, do R7, em Moscou, na Rússia

A Rússia tem todo o direito de comemorar a goleada da última quinta-feira (14) sobre a fraca Arábia Saudita. Quem tem mesmo de ficar preocupada é a própria Fifa. A ideia fixa de aumentar a Copa do Mundo das atuais 32 para 48 seleções proporciona times ainda mais fracos dos que os vistos na abertura no Estádio Luzhniki.

Com enorme respeito aos sauditas, que chegaram ao estádio em um clima muito bonito de festa pela classificação ao quinto Mundial, o time não faz jus ao torneio. Méritos por ter vencido o Japão (outro que não deve apresentar nada demais em solo russo) e conquistado a vaga diretamente mas, do goleiro ao ponta-esquerda, os jogadores têm pouco nível internacional.

Por outro lado, times como Chile, Itália e Holanda - em muito pelos seus próprios fracassos - estão fora da Copa do Mundo. Daí vem a reflexão: se contra a Rússia, que não é nenhuma potência do futebol, a Arábia Saudita já foi goleada, imagina como não será um confronto contra a Itália. Pior, com tantas equipes, seleções amadoras podem chegar à competição e serem ridicularizadas.

Em efeitos práticos, tomando como base apenas a Conmebol, com seleções já bem estabelecidas, os lanternas Bolívia e Venezuela teriam muito mais chances de irem ao torneio. Os dois venceram respectivamente quatro e dois dos 18 jogos entre os vizinhos.

Os critérios técnicos foram os avaliados até aqui. Apesar disso, é sabido que critérios econômicos também estarão na pauta. Em seu congresso realizado na última quarta, em Moscou, a Fifa divulgou que a receita para recém-eleita Copa do Mundo de 2026 poderá chegar a US$ 14 bilhões (aproximadamente R$ 51 bilhões).

A Fifa adiou para outubro a decisão da expansão do número de seleções. Inicialmente, a ideia é contar com 48 times na Copa dos Estados Unidos, Canadá e México, em 2026. Há a possibilidade, no entanto, do Qatar 2022 já contar coma presença de mais 16 times.

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