Esportes

Engajados, atletas usam as redes sociais para cativar fãs e até ganhar um extra

Com cada vez mais pessoas acessando os celulares e querendo saber mais da vida das celebridades, o esportista precisa fazer um trabalho específico para essa parte de sua vida

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

As redes sociais se tornaram uma ferramenta muito importante para divulgação do trabalho dos atletas olímpicos e também podem ser uma maneira de ganhar um dinheiro extra. Com cada vez mais pessoas acessando os celulares e querendo saber mais da vida das celebridades, o esportista precisa fazer um trabalho específico para essa parte de sua vida. Pelo menos é o que indica Diego Garcia, especialista no relacionamento entre marcas e atletas.

Ele vai participar neste domingo do debate "A importância da mídia social no futuro de um atleta" na programação do Connectors, evento para a profissionalização de influenciadores. Com pós-graduação na área de marketing, o especialista vê as redes sociais (Instagram, Twitter, Facebook, TikTok, entre outros) como uma plataforma muito importante para os atletas.

"Elas são uma porta para que os atletas possam mostrar o que são além das quadras, campos e pistas. É a oportunidade de se conectar com os fãs de maneira mais pessoal e poder se apresentar de uma forma mais completa. É voz direta, sem filtros, e tem um poder de aproximação muito grande. Também são plataformas comerciais importantes, canais para promover marcas que podem desenvolver campanhas específicas, que vão além do óbvio", contou.

Obviamente, ele reforça que a eficácia dessas ferramentas depende do engajamento de cada um no dia a dia. "O fã geralmente busca variedade e aprecia o tipo de conteúdo que não pode ser visto durante os momentos em que os atletas estão na TV. Eles estão cada vez mais engajados aos conteúdos pessoais e de acesso aos bastidores. Do ponto de vista do atleta, o principal é encontrar um balanço entre o tempo e a energia que se dedica às redes sociais versus aquilo que é a sua profissão, que é ser um atleta e todas as obrigações que isso implica", disse.

Depois dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em 2016, muitos atletas perderam patrocínios ou tiveram dificuldades para renovar contrato. Alguns, que sabem usar as redes sociais, conseguem obter um rendimento extra com o conteúdo que postam. "Eles podem ampliar suas possibilidades de patrocínio e extrapolar o mundo esportivo - algo que era antes limitado às grandes estrelas internacionais. As redes deram aos atletas uma voz individual e, consequentemente, ampliaram as maneiras de faturar com a exposição de imagem", explicou Diego Garcia.

Vários atletas no Brasil conseguem atrair curtidas e seguidores para suas redes por mostrar como é a rotina de treinos, mas também o cotidiano fora do ambiente esportivo. O especialista cita o Instagram da corredora paralímpica Verônica Hipólito como um bom exemplo de equilíbrio entre as informações da porção da sua vida de atleta e da sua vida pessoal.

"Ela é capaz de expor suas ideias e posicionamentos de uma maneira concisa e gerar empatia com os fãs por causa de sua personalidade extrovertida - algo que seria impossível de acompanhar no dia a dia se não fosse por uma manutenção saudável de suas redes. Não é à toa que ela possui cinco patrocinadores individuais dos mais variados mercados, além de apoios pontuais, tudo em virtude do alto engajamento da atleta em suas mídias", afirmou.

Para ele, a tendência para o futuro dos atletas olímpicos nessas redes sociais, que mudam a uma velocidade impressionante, é ter pessoas especializadas para o auxiliar na gestão, tirando os melhores resultados possíveis destas ferramentas. "O futuro nos trará atletas evoluindo suas redes sociais para plataformas de comunicação integrada e a exploração da geração de conteúdo exclusivo de maneira massificada. Hoje isso é limitado a algumas poucas estrelas internacionais, mas tem se mostrado como uma tendência", comentou.

Muitos conseguem fazer esse tipo de trabalho e até ganham uma renda extra divulgando algumas marcas, por exemplo. O ginasta Arthur Nory, que tem quase 1,5 milhão de seguidores, costuma fazer esse tipo de trabalho. "Às vezes rola um trabalho ou outro e a comissão técnica sabe que isso é importante. Obviamente, tudo com consciência, sem perder o foco. Não sou um influenciador digital, um blogueiro, faço as coisas voltadas para o esporte. Coloco a vida pessoal, mas sem desvincular a imagem do atleta", disse.

Confira os atletas olímpicos brasileiros mais seguidos no Instagram (sem futebol masculino):

1.º - Gabriel Medina (surfe) - 8.041.504 seguidores

2.º - Leticia Bufoni (skate) - 2.552.460

3.º - Marta (futebol) - 2.529.703

4.º - Arthur Nory (ginástica) - 1.451.350

5.º - Bruninho (vôlei) - 1.135.646

6.º - Cristiane Rozeira (futebol) - 1.127.392

7.º - Filipe Toledo (surfe) - 944.972

8.º - Leandrinho (basquete) - 873.487

9.º - Jaqueline (vôlei) - 863.230

10.º - Andressa Alves (futebol) - 775.964

11.º - Jade Barbosa (ginástica) - 750.422

12.º - Flávia Saraiva (ginástica) - 692.138

13.º - Diego Hypólito (ginástica) - 643.731

14.º - Karen Jonz (skate) - 621.418

15.º - Sheilla (vôlei) - 534.546

16.º - Thaisa (vôlei) - 517.791

17.º - Andressinha (futebol) - 488.325

18.º - Rayssa Leal (skate) - 481.949

19.º - Lucarelli (vôlei) - 479.851

20.º - Italo Ferreira (surfe) - 470.007

21.º - Tatiana Weston-Webb (surfe) - 421.802

22.º - Debinha (futebol) - 420.193

23.º - Daniele Hypólito (ginástica) - 392.814

24.º - Fabiana (vôlei) - 342.464

25.º - Anderson Varejão (basquete) - 339.431

26.º - Ingrid Oliveira (saltos ornamentais) - 337.016

27.º - Pedro Barros (skate) - 334.666

28.º - Fê Garay (vôlei) - 323.182

29.º - Rafaela Silva (judô) - 297.940

30.º - Murilo (vôlei) - 237.362

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