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Garotos da seleção sub-17 dão passos iniciais na carreira e miram Copa de 2022

Durante dez dias, os garotos da equipe sub-17 treinaram na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), com o foco no Mundial da categoria e com o sonho de, em breve, vestir a camisa da seleção principal

Teresópolis - Enquanto a seleção que buscará o hexacampeonato na Copa da Rússia no próximo ano já está praticamente fechada, a que pretende estar no Mundial do Catar, em 2022, começa a ser lapidada. Durante dez dias, os garotos da equipe sub-17 treinaram na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), com o foco no Mundial da categoria e com o sonho de, em breve, vestir a camisa da seleção principal.

A equipe da base deve chegar na terça-feira à Índia, onde o Mundial será disputado a partir do próximo dia 6. A seleção está no Grupo D, ao lado de Espanha, Coreia do Norte e Níger. Tricampeão, o Brasil não conquista o torneio desde 2003, mas uma geração promissora, que chega cada vez mais cedo ao elenco principal de seus clubes e que já tem atletas com projeção internacional, dá grande alento.

O jogador mais badalado do grupo é Vinicius Júnior, do Flamengo. Em maio, o atleta foi negociado ao Real Madrid por 45 milhões de euros (cerca de R$ 168 milhões). Por ser menor de idade - tem 17 anos -, ele permanecerá no clube carioca pelo menos até julho de 2018. Atualmente no elenco principal do Flamengo, o atacante se apresentará à seleção somente após a final da Copa do Brasil - será disputada na quarta-feira, em Belo Horizonte.

No rival Vasco, outro atacante da sub-17 já ganha espaço entre os profissionais. Em julho, Paulinho marcou os dois gols da equipe na vitória por 2 a 1 sobre o Atlético-MG, pelo Campeonato Brasileiro. Com o feito, ele se tornou o jogador mais jovem a fazer um gol pelo Vasco neste milênio, batendo em 70 dias a marca que pertencia a Philippe Coutinho, hoje um dos destaques da seleção principal.

"A experiência no profissional é muito importante, porque a gente conhece jogadores que já disputaram Copa do Mundo. Acontece isso comigo no Vasco, quando eu converso com o Luís Fabiano", afirma Paulinho, que no início do ano renovou contrato até 2020. Os valores não foram informados.

Sobre o Mundial Sub-17, ele espera apoio da torcida brasileira, mesmo de longe. "É um desafio muito grande. Temos 17 anos, disputar uma competição como essa, com toda visibilidade que tem, televisão...", comenta. "Os torcedores podem estar focando no Mundial de 2018 (a Copa da Rússia), mas quando virem a gente podem pensar ‘será que um deles pode estar aí?’ É assim que a gente pensa."

Dos clubes paulistas, Brenner, do São Paulo, é outro que leva esperança de gols à seleção, enquanto o zagueiro Vitão, do Palmeiras - escolhido como capitão pelo grupo que conquistou o Sul-Americano no início do ano - é o guardião da defesa.

O atacante são-paulino renovou recentemente seu contrato com o clube, com o novo vínculo se estendendo até 2022, justamente o ano da Copa do Mundo do Catar. A multa rescisória para uma transferência ao exterior chega a 50 milhões de euros (R$ 187 milhões).

Para Brenner, treinar na Granja Comary, casa da seleção brasileira, ajuda a manter o foco na seleção da base e, ao mesmo tempo, serve para "estudar como é (o CT da seleção), para um dia estar aqui presente".

Passo para o grupo principal

O próprio Mundial Sub-17 é visto por ele como uma porta para o grupo principal. "É a chance de mostrar nosso talento. Tem o Coutinho e o Neymar, que surgiram no Mundial (Sub-17) também. Eles podem ver na gente o futuro da Copa do Mundo", comenta.

O "eles" citado por Brenner pode se referir à torcida, a quem acompanha o cotidiano da seleção ou até mesmo ao técnico Tite, que na segunda-feira passada esteve na Granja junto com os auxiliares Cleber Xavier e Matheus Bachi assistindo ao jogo-treino da sub-17 com a equipe sub-19 do Internacional.

O palmeirense Vitão é outro exalta o período de treinos na Granja Comary. "Dá uma mexida. A gente via na nossa infância a Granja Comary pela televisão; agora, estamos aqui, sabendo que daqui uns dias a principal vai estar também", comenta. "Mas estou muito focado na 17."

O zagueiro está esperançoso em uma boa campanha na Índia. Além do título sul-americano no início do ano, ele lembrou que o grupo é bem entrosado, já que a trajetória começou ainda no sub-15. "Vamos lá para mostrar nosso futebol alegre, descontraído e solto."

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