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Capixaba arrecada verba para construção de salas de aula no Quênia, país africano

Breno Bragança, morador de Vila Velha, resolveu sair da zona de conforto e encarou os desafios de colaborar com a educação de crianças no Quênia

Iures Wagmaker

Redação Folha Vitória
Foto: Breno Bragança Vasconcelos

Com a proposta de transformar a vida das pessoas, o jovem capixaba Breno Bragança Vasconcelos, morador de Vila Velha, saiu de sua zona de conforto e se dedicar à uma viagem de intercâmbio em um país africano. O destino escolhido foi o Quênia, país localizado na África Oriental que possui população aproximada de 45 milhões de habitantes. 

Breno realiza um trabalho voluntário em uma escola comunitária na segunda maior favela do país, localizada na cidade de Nairóbi, capital do Quênia. "A minha função é dar aula de matemática para a 6ª série, às vezes 7ª e 8ª também. Além disso, nos intervalos ensino português e cultura brasileira", relatou o jovem.

Segundo o capixaba, ao olhar mais profundamente a situação da escola, ele pensou em fazer algo mais do que ensinar cálculos. Para isso, ele conta que conversou com os diretores da escola para identificar as principais necessidades. "Dentre os dois maiores problemas citados, um deles era a falta de espaço para comportar todos os estudantes. A partir daí, já tinha um objetivo muito claro, construir pelo menos uma nova sala de aula para a escola", contou.

Foi a partir dessa conversa que surgiu a ideia da vaquinha online. A proposta era pedir a colaboração de amigos e familiares para alcançar o objetivo inicial de 500 dólares, o que daria cerca de R$ 1.650. A meta inicial foi alcançada no primeiro dia da campanha e agora, o jovem já busca alcançar valores necessários para a construção de mais uma sala de aula. 

Colabore com a campanha para a construção de salas de aula no Quênia

Segundo Breno, a escola na qual está atuando é a Hanka Educacional Center. O local é uma escola comunitária que atende mais de 300 crianças da comunidade, e os estudantes pagam um valor simbólico de 3 dólares mensais, cerca de R$ 10 reais. "Esse valor é para pagar a ajuda de custo dos professores, que é baixíssimo também. Os estudantes recebem alimentação na escola, café da manhã, almoço e lanche da tarde. Essas refeições são custeadas por uma organização da China", afirma Breno

O capixaba ainda relata que a situação da escola é muito precária. Nela, existem nove turmas com alunos com idades entre 4 e 16 anos. Porém, a maior parte das salas de aulas são utilizadas por duas turmas e não por uma (como o planejado). "Essas salas são divididas por uma espécie de compensado de madeira. Além disso, muitas salas possuem carteiras danificas, uma sala inunda quando chove, a maior parte delas possui goteiras e a iluminação não é boa, dentre outros problemas. Além disso, grande parte das crianças que ali estão moram na região, Mathare, uma região de extrema pobreza, com casas precárias, esgoto a céu aberto e muita sujeira", relata.

"O amor é algo que contagia e é um dos caminhos para mudar o mundo"

Agora, Breno agradece o apoio recebido e espera que consiga alcançar ainda mais os objetivos. "Depois que lancei a campanha, não poderia imaginar que iria alcançar tanta gente. Pessoas que eu não falava à tempo e pessoas que eu nunca tinha conversado, estão ajudando na campanha. Isso só reforça um dos grandes aprendizados que tenho tido aqui no Quênia, o amor é algo que contagia e o amor, com certeza, é um dos caminhos para mudar o mundo", concluiu.

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