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Depoimentos de Hilário e de demais réus do caso Milena Gottardi são adiados

O motivo do adiamento é que o advogado de dois réus possui uma outra audiência agendada na mesma data

Breno Ribeiro

Redação Folha Vitória
A audiência aconteceria nesta sexta-feira (2), no Fórum Criminal de Vitória, no Centro da capital

A segunda etapa de interrogatório dos réus do caso Milena Gottardi, prevista para acontecer nesta sexta-feira (2), no Fórum Criminal de Vitória, no Centro da capital, foi adiada pelo juiz de direito Marcos Pereira Sanches, no início da tarde desta quinta-feira (1). O motivo é que o advogado de dois réus possui uma outra audiência agendada na mesma data.

Trata-se do advogado de Dionathas Alves Vieira e Bruno Rodrigues, apontados como executor e facilitador no crime, respectivamente, Leonardo da Rocha de Souza. Alves e Rodrigues já foram ouvidos pelo juiz na audiência de instrução realizada na última sexta-feira (23). O juiz, no entanto, não designou uma nova data para audiência.

"Tendo em vista a petição retro, dando conta de que o patrono dos acusados Dionathas e Bruno possui outra audiência designada na data de amanhã, para qual foi intimado anteriormente, e considerando que não há possibilidade de deferimento do pedido de redesignação naquele feito, suspendo a realização da audiência designada nos presentes autos. Após, verificarei a possibilidade de readequação da pauta do júri, a fim de ser designada nova data para audiência, objetivando os interrogatórios dos demais réus", disse o juiz no despacho.

Seriam interrogados nesta sexta-feira (2), os réus Hilário Antonio Fiorot Frasson, Esperidião Carlos Frasson, ambos apontados como mandantes do crime, além de Hermenegildo Palauro Filho e Valcir da Silva Dias, acusados de intermediar o assassinato da médica Milena, em setembro do ano passado. Ambos os réus, que estão presos provisoriamente tiveram canceladas as requisições junto à Secretaria de Estado da Justiça do Espírito Santo (Sejus).

A reportagem entrou em contato com o advogado Renan Sales, assistente de acusação do caso, para comentar sobre o adiamento da audiência. Ele explica que, apesar de os clientes do advogado Leonardo da Rocha já terem sido interrogados na última audiência de instrução, a presença dele nos interrogatórios dos demais réus é necessária.

"Infelizmente não tem jeito e é necessário remarcar mesmo. O advogado tem que estar presente, pois podem haver questões de outros acusados que interessem na defesa dele. A gente lamenta, porque queríamos que a audiência tivesse acabado na sexta-feira passada, mas os advogados na ocasião, com exceção desse [Leornado da Rocha], solicitaram a suspensão do ato na oportunidade. Mas faz parte. Deve-se respeitar a audiência que foi marcada primeiro", comenta.

Depoimento do executor

De acordo com depoimento de Dionathas Alves Vieira, realizado na última sexta-feira no Fórum Criminal de Vitória, o policial civil Hilário Frasson, ex-marido da médica Milena Gottardi, preferia que o crime fosse praticado no município da Serra, alegando tráfico de influência.

Dionathas afirmou ainda que Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho, apontados como intermediários no assassinato, chegaram a falar em valores entre R$ 50 mil e R$ 100 mil, além de uma carreta para que, se necessário, ele assumisse toda a responsabilidade pelo crime.

Segundo o depoimento de Dionathas, os detalhes da morte de Milena foram definidos dentro de uma caminhonete, nas proximidades de um posto de combustíveis, no município da Serra. Porém, o assassinato acabou sendo transferido para Vitória.

Vieira passou mais de quatro horas em frente ao juiz. Dizendo-se arrependido, o homem apontado como executor de Milena voltou a confessar o crime, mas negou que o cunhado Bruno Rodrigues soubesse da trama para a morte da médica. Ele confirma que Rodrigues foi quem conseguiu a motocicleta usada no crime, mas diz que ele não sabia a finalidade do veículo.

Próximas etapas

O presidente da Associação de Magistrados do Espírito Santo, Ezequiel Turíbio, explica que, depois de cumpridas essas etapas de audiências, o juiz permite a apresentação das alegações finais, começando pela acusação e, em seguida, a defesa.

Após isso, o juiz decide se os réus serão levados ou não à júri popular. Turíbio estima que, por conta da repercussão do crime, a conclusão do processo não deve se estender por muito tempo.

O crime

A médica foi baleada no Hospital das Clínicas, em Vitória, no dia 14 de setembro do ano passado. Um dos tiros atingiu a cabeça dela. Ela chegou a ser internada, mas morreu no dia seguinte, no hospital. Hilário e o pai dele, Esperidião Frasson, são acusados de encomendar o crime. Para isso, eles teriam contado com a ajuda dos intermediários Hermenegildo Palauro Filho e Valcir Dias. O cunhado de Dionathas, Bruno Rodrigues, teria cedido a moto usada pelo executor no crime.

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