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Pelo menos 68 pessoas morrem após rebelião e incêndio em prisão venezuelana

Redação Folha Vitória

Autoridades da Venezuela informaram que pelo menos 68 pessoas morreram, nesta quarta-feira, 28, em um incêndio na cadeia de uma delegacia de polícia em Valencia, cidade do Estado de Carabobo, a cerca de 160 quilômetros de Caracas. A suspeita, ainda não confirmada pelo governo, é de conflito após uma rebelião.

Em seu Twitter, o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, disse que praticamente todos os mortos eram prisioneiros do local. Duas mulheres que estavam na prisão durante a noite também morreram. O oficial não deu mais detalhes sobre as vítimas, mas disse que quatro promotores foram nomeados para investigar o que aconteceu na delegacia.

O caso foi um dos piores desastres em prisões do país, onde grupos de direitos humanos reclamam de péssimas condições para os prisioneiros. Em 1994, um incêndio em uma cadeia no Estado de Zulia matou mais de 100 presos.

Familiares enfurecidos se reuniram do lado de fora da delegacia e disseram que muitos detentos foram mantidos em condições miseráveis. Desesperados por informações do lado de fora, alguns parentes chegaram a entrar em confronto com a polícia, que usou gás de efeito moral para dispersá-los. "Eu não sei se meu marido está vivo", gritou Aida Parra, que disse que a última vez que falou com ele foi no dia anterior.

A Window to Freedom, ONG que monitora as condições das prisões na Venezuela, disse que as informações preliminares apontam que uma rebelião começou após um detento armado atirar na perna de um policial. Pouco depois, um incêndio avançou rapidamente pelas celas. Os socorristas tiveram de abrir um buraco na parede para liberar alguns dos prisioneiros. Fotos compartilhadas pela ONG mostram os detentos sendo retirados em macas e com ferimentos graves.

O diretor da Window to Freedom, Carlos Nieto Palma, disse que as autoridades têm grande parte de culpa pelo ocorrido por causa das péssimas condições das delegacias. O grupo disse que a superlotação se tornou comum em todo o país. Presos são mantidos em espaços improvisados e sem estrutura por longos períodos de tempo à espera do julgamento.

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