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Após assembleia, professores decidem manter greve nas escolas de Vitória

A greve teve início no dia 26 de março, após ser aprovada em Assembleia Geral da categoria

A greve dos professores da rede municipal de Vitória, que já dura mais de 20 dias, não tem previsão para terminar. Após uma reunião realizada na manhã desta sexta-feira (20), a categoria optou por manter a paralisação até que haja um acordo com a prefeitura da capital.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), Paulo Loureiro, cerca de 700 profissionais estiveram presentes na assembléia. Após o encontro, os professores saíram em passeata pelas ruas de Vitória.

Os professores saíram em passeata

Loureiro afirma que a paralisação deve continuar enquanto a prefeitura não fizer uma negociação. "O Ministério Público já interviu. A categoria se mantém na luta pelos seus direitos. Tivemos audiência com nesta semana, mas não compareceu ninguém da administração da prefeitura. Foi solicitado uma proposta por escrito, mas lamentavelmente a prefeitura não enviou nenhum documento. Estamos dispostos a dialogar", disse.

A greve teve início no dia 26 de março, após ser aprovada em Assembleia Geral da categoria. Os professores reivindicam 28% de aumento referente a recomposição inflacionária dos último quatro anos e a retomada do plano de carreira, que foi "congelada" em 2016 durante a gestão do atual prefeito de Vitória, Luciano Rezende.

Alunos prejudicados

O movimento grevista dos professores de Vitória, e a falta de sensibilidade da administração municipal em relação a paralisação e a uma previsão de normalização das aulas, tem preocupado o despachante aduaneiro Rafael Cavalieri, que tem uma filha que estuda na Escola Municipal de Ensino Fundamental Marechal Mascarenhas de Moraes, no bairro Maria Ortiz.

Rafael alega que 70% dos alunos estão sem aulas. "Meu filho já ficou uma semana inteira sem aulas. Nos últimos dias tem tido aulas duas vezes por semana. Já minha sobrinha, que também estuda lá, ainda não teve aulas após o início da greve", afirma.

Uma mãe, que preferiu não se identificar, alega que o filho, que estuda na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Custódia Dias de Campos, está sem aulas dede o início da greve. E, até o momento, não há nenhuma previsão do fim da manifestação, nem uma resposta clara da PMV.

"A greve dos professores é muito complicada para os pais. Por exemplo, com quem vou deixar meu filho? Eu trabalho, meu marido trabalha, e a escola segue sem previsão de retorno às aulas E, assim como meu filho, são centenas de alunos prejudicados", relata. 

Outro lado

De acordo com o procurador geral do município, Rubem Francisco de Jesus, a continuação da greve, por parte dos professores, é motivo de surpresa e indignação, uma vez que, segundo o mesmo, a ilegalidade da greve já foi declarada pelo Tribunal de Justiça. Ele também disse que a multa diária que deve ser aplicada ao Sindiupes é de R$ 40 mil.

Sobre a negociação, o procurador geral informou que é preciso que haja o retorno das aulas para que sejam retomadas. "Eles querem que retornemos com a negociação, mas como a administração vai negociar em cima da ilegalidade?", questiona.

Em nota, divulgada na noite desta quinta-feira (20), a Prefeitura de Vitória informou que acolheu as seguintes reivindicações da categoria: pagamento das progressões previstas no Plano de Cargos e Salários, pagamento do tíquete-alimentação para as 2 cadeiras ou pagamento de 1/3 de férias sobre 45 dias, pagamento de 3% de reposição da inflação, e concedeu também, em janeiro, a recomposição de 28% do valor do tíquete-alimentação.

Em relação aos dias letivos perdidos, Prefeitura informou que a reposição será assegurada com a mediação do Ministério Público e de acordo com o calendário escolar de cada escola. A prefeitura informa, ainda, que 80% das unidades de ensino da rede estão funcionando. A greve já dura 25 dias, com perda de 18 dias letivos.

A Prefeitura ressaltou também que, considerando a ilegalidade da greve decretada pela Justiça, o pagamento será proporcional aos dias trabalhados.

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