Morte irmãos carbonizados

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Corpos de irmãos mortos durante incêndio em Linhares devem ser liberados em 15 dias

Esse é o prazo mínimo, segundo a Polícia Civil, para que seja conhecido o resultado do exame de DNA que identificará os corpos das duas crianças

Corpos de Joaquim e Kauan devem ser liberados para sepultamento em 15 dias

Os corpos dos irmãos Joaquim Alves Sales, de 3 anos, e Kauan Sales Burkovsky, de 6, mortos em um incêndio ocorrido na madrugada do último sábado (21), em Linhares, deverão ser liberados para sepultamento em 15 dias. Esse é o prazo mínimo, segundo a Polícia Civil, para que seja conhecido o resultado do exame de DNA que identificará os corpos das duas crianças.

No início da tarde desta segunda-feira (23), os pais das vítimas estiveram no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, onde estão os corpos, para a realização de coleta de material genético, para que seja feito o exame de DNA. Eles saíram de Linhares e chegaram ao DML por volta das 12h50.

“Temos que coletar o material genético do pai e da mãe, pois uma das crianças é filha do casal e a outra apenas da mulher. O prazo é de 15 dias para que o resultado saia e os corpos só serão liberados após o resultado. Nós primeiro tentamos identificar através das digitais, depois com a arcada dentária, mas como não daria com nenhum desses procedimentos, foi necessário o exame de DNA”, explicou o superintendente de Polícia Técnico-Científica, delegado Danilo Bahiense.

Apenas Joaquim era filho biológico do pastor George Alves, que estava na mesma casa que as vítimas no momento do incêndio, com a também pastora Juliana Salles. Já Kauan era filho de Juliana com Rainy Bukovsky, que mora em Vitória e ficou sabendo da tragédia por meio de um telefonema. Ele também esteve no DML da capital nesta segunda, onde foi coletada uma amostra de seu sangue, para realização do exame de DNA.

"Eu quero pedir a todos que façam correntes de orações para a gente poder estar agilizando esse processo [da liberação dos corpos], para poder pelo menos tentar minimizar um pouco essa dor e angústia que a família está passando e para a gente dar continuidade na vida", ressaltou.

Incêndio

George e Juliana saíram de Linhares e estiveram no DML de Vitória, na tarde desta segunda-feira

Muito emocionado, George também conversou com a imprensa nesta segunda-feira. Ele disse que estava dormindo quando começou o incêndio e que acordou e viu tudo através da babá eletrônica. O pastor ainda tentou retirar os filhos do quarto, mas não teve sucesso.

“Minha esposa tinha ido viajar, estava num seminário de mulheres. Fui numa sorveteria com eles, fui na casa de um membro, voltei para casa, dei banho nos dois, eles assistiram filme comigo. O menor dormiu primeiro, levei para cama, liguei o ar, liguei a babá eletrônica e voltei para o escritório. Depois levei o outro, orei com ele e pedi para que Deus o guardasse e o protegesse. Saí do quarto tomei banho, liguei a babá eletrônica e dormi. Eu apaguei. Umas 2 horas eu escutei os gritos deles, vi fogo e corri desesperado. Na casa já não tinha energia, empurrei a porta e escutei os choros, mas não consegui pegar. Eles se abraçaram. Eu queimei meus pés, minhas mãos, mas não consegui tirar. Me tiraram da casa”, relatou.

George destacou que só está firme por conta da fé que tem, pois essa não é a primeira tragédia que acontece na família. Há pouco mais de um ano o casal também perdeu uma filha. “Eu tenho a única certeza que é Deus. A força que eu tenho vem de Deus e é ele que está nos mantendo firmes. Eu sei que pessoas serão alcançadas por esse testemunho e o mundo precisa de Deus. Se eu não tivesse um Deus eu não estaria aqui. Há cerca de pouco mais de um ano perdi uma filha por um problema intestinal. Se não fosse ele não estaria aqui. É isso que nos fortalece. Queremos levar essa mensagem para o mundo todo, que é Deus que conforta os nossos corações. Deus é capaz de restaurar todas as coisas”, afirmou.

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