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Greve dos professores de Vitória chega ao 23°dia sem previsão de normalização das aulas

Uma nova assembleia dos professores está prevista para a próxima sexta-feira (20). O encontro irá acontecer na sede do Sindicato dos Bancários, em Vitória

Gustavo Fernando

Redação Folha Vitória

A greve dos professores da Rede Municipal de Vitória já dura 23 dias e atinge centenas de alunos, em diversos bairros da capital. A paralisação, por tempo indeterminado, possui 60% de adesão dos professores, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes).

A greve teve início no dia 26 de março, após ser aprovada em Assembleia Geral da categoria Os professores reivindicam 28% de aumento, referente a recomposição inflacionária dos último quatro anos, e a retomada do plano de carreira, que foi "congelada" em 2016 durante a gestão do atual prefeito de Vitória, Luciano Rezende. 

Além disso, o diretor do Sindiupes, Paulo Loureiro, afirma que a PMV não está dialogando com a categoria. "O Ministério Público Estadual teve que intervir na negociação, já que a Prefeitura foge do diálogo. Esperamos que a situação se resolva o mais rápido possível para a normalização do ano letivo", ressalta. 

Segundo Paulo Loureiro, uma reunião entre o Sindicato e representantes da Prefeitura Municipal de Vitória está prevista para esta terça-feira (18), às 16h40, na sede do Ministério Público Estadual, no Centro de Vitória.

Alunos prejudicados

O movimento grevista dos professores de Vitória, e a falta de sensibilidade da administração municipal em relação a paralisação e a uma previsão de normalização das aulas, tem preocupado o despachante aduaneiro Rafael Cavalieri, que tem uma filha que estuda na Escola Municipal de Ensino Fundamental Marechal Mascarenhas de Moraes, no bairro Maria Ortiz.

Rafael alega que 70% dos alunos estão sem aulas. "Meu filho já ficou uma semana inteira sem aulas. Nos últimos dias tem tido aulas duas vezes por semana. Já minha sobrinha, que também estuda lá, ainda não teve aulas após o início da greve", afirma.

Uma mãe, que preferiu não se identificar, alega que o filho, que estuda na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Custódia Dias de Campos, está sem aulas dede o início da greve. E, até o momento, não há nenhuma previsão do fim da manifestação, nem uma resposta clara da PMV.

"A greve dos professores é muito complicada para os pais. Por exemplo, com quem vou deixar meu filho? Eu trabalho, meu marido trabalha, e a escola segue sem previsão de retorno às aulas E, assim como meu filho, são centenas de alunos prejudicados", relata. 

Assembleia

Uma nova assembleia dos professores de Vitória está prevista para a próxima sexta-feira (20). O encontro irá acontecer na sede do Sindicato dos Bancários, na capital.

PMV

Em nota, a Prefeitura de Vitória informa que o próprio Sindiupes/CUT desmarcou oficialmente a reunião da mesa de negociação e iniciou uma greve ilegal e que acolheu quatro das cinco reivindicações da categoria durante as duas reuniões anteriores. 

A Secretaria Municipal de Educação (Seme) informa que 80% das escolas estão funcionando e que as aulas serão respostas sem comprometer o ano letivo dos alunos. E, considerando a ilegalidade da greve decretada pela Justiça, o pagamento será proporcional aos dias trabalhados.

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