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Filho que viu mulher ser atingida por vergalhão preparava homenagem para o Dia das Mães

O pai da criança e ex-marido de Simone concedeu uma entrevista exclusiva para a reportagem da Rede Vitória

A empresária Simone Tonani, 42 anos, morreu após ser atingida por um vergalhão na cabeça, na noite de sexta-feira (04), em Vila Velha. O filho dela, de apenas 8 anos, estava no carro no momento em que tudo aconteceu. Naquele mesmo dia, a criança havia levado uma foto da mãe para a escola, para começar a preparar a homenagem para o Dia das Mães.

A comemoração será realizada nesta quinta-feira (10). Mas de acordo o pai do menino, o terapeuta Ernesto Saraiva Neto, o menino não deve participar. "Nós preferimos que não. Acho melhor deixar passar essa dor no coração dele", afirmou.

O pai era separado de Simone. Após a tragédia, ele diz que agora quer estar ainda mais próximo do filho. Toda a família está preocupada com a situação da criança. Com a ajuda do trabalho, o terapeuta tenta superar a tragédia. Ele acompanhou o socorro à ex-companheira e as cenas ainda não foram esquecidas. "Naquele momento o que eu mais pensava era no meu filho, de tirar ele dali. E com a Simone, que estava no chão sendo atendida", contou.

Se o momento é difícil para um adulto, para a criança é ainda pior. O terapeuta conta que o menino, que estava no carro no momento do crime, ainda não consegue acreditar no que aconteceu. "Teve uma reunião para conversar com ele. Chamamos alguns familiares  que tinham estrutura para falar com ele na hora. Eu cheguei a perguntar, mas ele falou que não queria conversar. Ele está segurando isso dentro dele. Estamos orando para que Jesus possa tirar essa dor e que ele se livre logo desse luto", disse.

Câmeras de segurança registraram o crime. Um morador de rua retirou um vergalhão de uma obra na calçada e lançou o objeto contra os veículos. Simone foi atingida na cabeça. Felipe Rodrigues Gonçalves, de 31 anos, foi capturado poucos minutos depois.

A prisão trouxe um pouco de conforto para amigos e familiares de Simone. A luta agora é para ajudar o menino a seguir em frente. Após a tragédia, ele passou a viver com os avós maternos. Além de apoio psicológico, ele tem recebido também visitas de colegas da escola. "Eles [amigos] foram até a casa dele em forma de luto. Ficaram lá e brincaram muito com ele. Agora ele foi para o sítio do avô que ele tanto ama e os primos dele também estão lá", contou o pai.

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