Morte irmãos carbonizados

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Quase dois dias após identificação, corpos de irmãos mortos em Linhares continuam no DML

Para conseguir a liberação dos corpos, a família precisa de uma autorização judicial, o que não havia sido concedida até a noite desta terça-feira

Exame de DNA que identificou os corpos dos irmãos foi concluído nesta segunda-feira

Quase dois dias depois da conclusão do exame de DNA que identificou os irmãos Joaquim Alves Sales, de 3 anos, e Kauã Sales Burkovsky, de 6 - mortos em um incêndio na madrugada do dia 21 de abril, em Linhares - os corpos dos meninos seguem no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória. Para conseguir a liberação dos corpos, a família precisa de uma autorização judicial, o que não havia sido concedida até a noite desta terça-feira (08).

À reportagem da TV Vitória/Record TV, o superintendente de Polícia Técnico-Científica, delegado Danilo Bahiense, explicou que, como os corpos de Joaquim e Kauã permaneceram por mais de 15 dias no DML, os familiares precisam obter o chamado registro tardio de óbito para liberá-los. No entanto, para que o documento seja emitido, é necessária uma autorização judicial.

A produção da TV Vitória questionou ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) se foi solicitado ou entregue algum documento para a liberação dos corpos dos meninos. No entanto, a assessoria do TJES informou apenas que processos envolvendo menores de idade tramitam em segredo de justiça. A reportagem também tentou contato com os familiares das crianças, mas nenhum deles atendeu os telefonemas.

Corpos de Joaquim e Kauã só poderão ser liberados do DML de Vitória após autorização da Justiça

Uma funerária de Linhares já foi contratada pela família de Joaquim e Kauã para fazer o transporte dos corpos de Vitória até o município do norte do Estado. No entanto, o carro da funerária só seguirá para a capital capixaba quando a Justiça autorizar a liberação dos corpos.

Cemitérios

A expectativa é de que, assim que forem liberados, os corpos dos dois irmãos sejam sepultados em Linhares, que possui três cemitérios públicos e nenhum particular. Para que o enterro ocorra em um dos cemitérios sob a responsabilidade do município é preciso que a família apresente a certidão de óbito, entre outros documentos, nos departamentos responsáveis por esses cemitérios.

A produção da TV Vitória entrou em contato com a Prefeitura de Linhares, que informou, por meio de nota, que ainda não recebeu nenhum pedido para que o enterro das crianças fosse realizado em um dos cemitérios municipais.

Pastor

De acordo com um advogado criminalista ouvido pela reportagem da TV Vitória, o pastor George Alves, pai de Joaquim e padrasto de Kauã, tem o direito de deixar a prisão para acompanhar o enterro das crianças. O advogado explicou que, como a fase ainda é de inquérito policial, ou seja, de investigação e recolhimento de informações, o que impera é a Lei da Presunção da Inocência.

George Alves foi preso no dia 28 de abril

No entanto, o pedido de liberação de George ainda não foi realizado à Secretaria de Justiça do Estado (Sejus), segundo a assessoria de comunicação do órgão. A reportagem do Folha Vitória tentou contato com os advogados que defendem o pastor para saber se o pedido será feito, mas as ligações não foram atendidas.

George Alves está preso desde o último dia 28 em uma cela separada no Centro de Triagem de Viana, onde cumpre mandado de prisão temporária. A Justiça decretou a prisão do pastor por 30 dias, para evitar que ele atrapalhe nas investigações. Um pedido de habeas corpus feito pela da defesa de George para que ele fosse solto foi negado pela Justiça.

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