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Reforma no Santuário Nacional de São José de Anchieta começa nessa sexta (25)

O museu do Santuário do século XVI, um dos mais antigos monumentos católicos do país, irá passar por obras de acessibilidade e ganhar rampas, plataformas elevatórias, banheiro adaptado, além de sinalização em braile

Aline Couto

Redação Folha da Cidade

A intervenção no Santuário Nacional de São José de Anchieta, Anchieta, tem o propósito de democratizar o acesso às salas do museu. O local, símbolo da presença jesuítica no Brasil, receberá um projeto museográfico de organização do acervo, que contempla investimentos na climatização, telhamento, iluminação, comunicação, sonorização e restauro de peças. Também serão reformados, a Igreja, a montagem da sala de documentação e estudos e o paisagismo na área do entorno do Santuário.

O projeto, contratado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), será executado pelo Instituto Modus Vivendi. A primeira etapa conta com patrocínio da Vale, que investirá R$ 5,6 milhões, via lei Rouanet.

Na manhã da próxima sexta-feira (25), haverá a assinatura do início das obras com a presença da presidente do Iphan, Kátia Bogéa; o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung; o presidente da Vale, Fabio Schvartsman; o deputado federal Evair de Melo, e ainda representantes do Ibram, Instituto Modus Vivendi, BNDES, e Iphan-ES.

O museu

O belo conjunto arquitetônico que abriga a Igreja de Nossa Senhora da Assunção, além de antiga residência dos jesuítas e museu, é tombado pelo Iphan, desde 1943. Um dos pontos mais relevantes do restauro e readequação do museu será a sala de documentação para estudos e reflexões sobre a vida de São José de Anchieta, dos jesuítas e dos ameríndios, com um material único de pesquisa sobre todo o processo de canonização.

O material de pesquisa será oferecido em salas interativas, com mesas digitais e uso de novas mídias. A tecnologia e o projeto de gestão documental irão facilitar o acesso a pesquisadores, estudantes e todos os visitantes. O acervo desta sala é de grande importância histórica para todo o Brasil já que a documentação compreende correspondências e documentações dos séculos XVI ao XXI produzidas pelos jesuítas e pelo alto clero sobre a evangelização do Brasil, com destaque à figura de José de Anchieta, e reúne cerca de 59 volumes contendo cartas, mapas e outras documentações de 1534 a 1997. Outra coleção, composta de sete volumes, é a da Acta Romana, de 1910 a 1997. Em um extenso material sobre a beatificação de José de Anchieta, destaca-se a bula de canonização assinada pelo Papa Francisco.

Os jesuítas no Espírito Santo

Os jesuítas deixaram marcas por onde passaram. No Espírito Santo, além do aspecto religioso, tiveram significativo papel na educação e no empreendedorismo. Fundaram o Colégio de São Tiago (atual Palácio Anchieta), em Vitória, e as aldeias de Reis Magos, em Nova Almeida, e de Reritiba, em Anchieta, além das fazendas de Muribeca, em Presidente Kennedy, Itapoca, em Serra, e Araçatiba, em Viana.

As fazendas garantiam a subsistência do Colégio e a continuidade de seus trabalhos, assegurando-lhe independência autárquica, além da função específica de ensino. Elas tiveram significativa influência na vida econômica da capitania ao se tornarem os mais importantes centros de produção da época.

A herança dos Jesuítas também é relevante no conjunto arquitetônico do patrimônio histórico no estado. A relação de prédios inclui o Palácio Anchieta, em Vitória; a Igreja de Nossa Senhora da Assunção, em Anchieta; a Igreja de Reis Magos, em Nova Almeida; a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Guarapari; a Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, em Viana; a Igreja de São João de Carapina, em Serra; a Igreja de Nossa Senhora das Neves, em Presidente Kennedy.

Com informações: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

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