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Crea-ES alerta para necessidade de reforçar segurança em todo trajeto da tirolesa, onde engenheiro morreu

Em um vídeo divulgado, João Paulo Sampaio, ainda na base inicial, questionou o sistema de freios do equipamento

Nadine Silva Alves

Redação Folha Vitória
Foto: Crea ES
Engenheiros e técnicos do Crea realizaram vistoria na manhã e início da tarde desta segunda-feira (3) 

A tirolesa do Morro do Moreno, em Vila Velha, local em que o engenheiro João Paulo Sampaio Reis, 47 anos, morreu no início da tarde deste sábado (01), é composta por dois lances. No segundo lance, local do acidente, o sistema de frenagem é apenas automático, conforme a placa do local de instruções de uso (imagem abaixo). 

O engenheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), Giuliano Basttiti, responsável pelo acompanhamento do caso, descreveu que o local é de difícil acesso e explicou o mecanismo de todo o trajeto da tirolesa. 

Segundo ele, há dois lances com duas bases. A primeira base é a inicial, na qual a pessoa coloca os equipamentos e faz a partida. Ela tem 100 metros de comprimento até a segunda base e, toda a velocidade, é controlada pelo instrutor que fica na base, ou seja, de forma manual. 

Em um vídeo divulgado, João Paulo Sampaio, ainda na base inicial, questionou o sistema de freios do equipamento. 

Assista: 

Já no segundo lance, que pega a segunda e terceira base (destino final), a velocidade é controlada pelo sistema de frenagem automática. A velocidade média é de 35 km por hora e são 400 metros de extensão. 

Essas informações podem ser vista também na placa de orientação que fica na tirolesa. 

Foto: Reprodução

"Pelo que levantamos até agora e segundo testemunhas, ele atingiu a segunda base. Parou para a ancoragem e foi para a segunda parte (segundo lance), onde tem um sistema de molas e amortecimento" explicou Giuliano. 

O engenheiro do Crea disse que os equipamentos de frenagem foram retirados para perícia da Polícia Civil, então não foi possível analisá-los no local. Giuliano alertou do perigo de se ter apenas uma opção de segurança. 

"O operador fica em um lugar alto, exposto a situações de estresse, sol, chuva, pode ter um desmaio ou um mal súbito. Na engenharia de segurança não se pode deixar na mão de uma pessoa apenas, pois podem acontecer falhas", frisou. 

Giuliano chamou a atenção para a necessidade das empresas do ramo de atividades físicas de aventura repensarem a segurança dos seus equipamentos e redobrarem a atenção. 

Na placa abaixo, instalada na tirolesa, é possível ver as restrições e os dados técnicos do percurso. 

Entenda o caso

O engenheiro João Paulo Sampaio Reis, 47 anos, morreu ao descer no início da tarde deste sábado (01) a tirolesa no Morro do Moreno, em Vila Velha. O equipamento não freou e ele se chocou contra uma estrutura de madeira.

Reis decidiu passar o feriado do Dia do Trabalho junto com a filha de 14 anos e uma amiga dela. Testemunhas disseram para o Corpo de Bombeiros que as duas adolescentes desceram a tirolesa antes do engenheiro e que, só mais tarde, souberam o que havia acontecido.

A vítima era engenheiro, mas trabalhava como despachante junto a Polícia Federal e ao Exército. Ele era casado e deixa dois filhos: além da adolescente de 14 anos, um menino de 8.

Nesta segunda-feira (3), a sócios e advogada da empresa deram uma entrevista exclusiva para a TV Vitória / Record TV sobre o caso. 

De acordo com eles, a tirolesa possui engenheiro e todas as licenças necessárias e que aguardam o resultado da perícia para entender o que aconteceu. 

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