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Dependência química: os desafios da reinserção social

O trabalho de reinserir o ex-dependente químico na sociedade, de modo a acolher e dar oportunidades, requer sempre as orientações de familiares e profissionais

Foto: Divulgação
Ong Fazenda da Esperança, na Serra, acolhe e ajuda dependentes químicos

A volta de um ex-dependente químico para a sociedade exige um acompanhamento de profissionais especializados na área. Encarar os olhares de preconceito, os julgamentos de uma vida passada, as perdas de bens materiais e, muitas vezes, o abandono familiar, torna a reinserção dessas pessoas no convívio social um pouco mais difícil. 

O trabalho de reinserir o ex-dependente químico, de modo a acolher e dar oportunidades, sempre fazendo reforço positivo à bons hábitos, requer também  orientações de familiares e profissionais. 

O médico Rafael Mazzini, especialista em dependência química, explica que a família é um dos principais pilares para a recuperação do paciente. 

"O apoio familiar é fundamental durante e após o tratamento e isso requer tempo. É muito comum ocorrer recaídas, porém, seguindo as orientações médicas e mantendo hábitos de vida saudáveis, o paciente consegue manter perfeita autonomia, de modo a viver com qualidade de vida e, desta forma, evitar recaídas," disse.

Os pacientes que recebem o tratamento têm maior probabilidade de desenvolver transtornos de humor, como a depressão, além do transtorno de ansiedade generalizada. No intuito de evitar as recaídas, primeiramente, é de suma importância o apoio dos familiares, no sentido de acolher o paciente e dar o devido suporte afetivo.

Segundo Mazzini, os principais sinais e sintomas da depressão são tristeza, desânimo, falta de disposição ou energia para as atividades cotidianas, além da desmotivação e perda do interesse nas atividades rotineiras. 

"Tais sintomas devem durar, pelo menos, duas semanas. A prática de atividade física auxilia na atenuação de sintomas depressivos e ansiosos. Também é fundamental o acompanhamento médico e psicológico, de modo a fazer as intervenções adequadas no tratamento," ressalta.

Mazzini ainda descreve a importância da sociedade na reintegração desses pacientes no convívio social. "A sociedade deve dar oportunidades aos pacientes com esse perfil e exercer a empatia, de modo que o paciente possa ser ouvido e inserido na convivência social, como qualquer outro cidadão," conclui.

Acolhimento em ONG

Na Fazenda Esperança,  jovens e adultos com dependência química e substâncias psicoativas são acolhidos e recebem ajuda para deixar as drogas. A instituição possui unidades que atuam com atendimento exclusivo para o público masculino, localizadas na Serra e em Colatina. 

A Instituição conta também com uma unidade exclusiva para o atendimento feminino, localizada no município de Alegre.

Foto: Reprodução TV Vitória
Fazenda Esperança, na Serra, ajuda dependentes a superar os vícios

Marize Coutinho de Oliveira e Eliemar Geraldo Negris de Oliveira, coordenadores da unidade de Muribeca, na Serra, contemplam aspectos importantes dentro da comunidade terapêutica, que tem como diferencial a vida em família. 

"Aqui nós trabalhamos em cima de um tripé: convivência, espiritualidade e trabalho", diz Eliemar.

A Fazenda Esperança, que agora conta com o apoio do Instituto Américo Buaiz, está presente em 23 países e atua desde 1983 no processo de recuperação de pessoas que enfrentam algum tipo de vício. 

Em 2020, a Fazenda Esperança da Serra acolheu diversas pessoas que, atualmente, já estão inseridas no convívio social e levando uma vida digna diante da sociedade.

Para conhecer um pouco mais sobre o projeto e ter acesso às informações da Fazenda, basta entrar no site Portalfazenda.Org.







 

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