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52,6% dos capixabas estão com sobrepeso, revela pesquisa

Apesar dos índices, os capixabas diminuíram o ingestão de refrigerantes e bebidas açucaradas e aumentaram o consumo de frutas e hortaliças.

Reprodução EBC

A Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada nesta segunda-feira (18) pelo Ministério da Saúde, revela que 16,8% dos habitantes de Vitória estão obesos e 52,6%, mais da metade da população que vive na capital, possuem excesso de peso.

Apesar dos altos percentuais, os capixabas já demonstram hábitos mais saudáveis, o consumo regular de frutas e hortaliças cresceu 16,8% (de 2008 a 2017), enquanto o consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas caiu 51,6%. Outra boa notícia é que a prática de atividade física no tempo livre aumentou 109,4% (de 2009 a 2017).

Fátima Marinho, diretora do Departamento de Vigilância de Doenças Crônicas e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde (DANTPS), do Ministério da Saúde, destaca que ainda é preciso mudar os hábitos de consumo. “Mesmo com esta tendência a estabilidade e com o crescimento de pessoas que praticam atividade física e que estão consumindo alimentos mais saudáveis, não podemos deixar de continuar vigilantes com a população de Vitória. A obesidade e o sobrepeso são portas de entrada para doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, que prejudicam a saúde da população e que poderiam ser evitadas”. alertou a diretora.

Em Vitória, o consumo de refrigerantes e sucos artificiais vem caindo ao longo dos últimos 11 anos. A queda foi de 51,6%, saindo de 18,4%, em 2007, para 8,9% no ano passado.

A pesquisa também revelou que a população da capital tem aumentado o consumo regular de frutas e hortaliças, passando de 35,7% em 2008 e indo para 41,7%, em 2017.

Em todo o país, 18,9% da população está obesa e 54% está acima do peso. A pesquisa mostra que entre os anos de 2007 e 2017, a obesidade entre os jovens aumentou 110% enquanto o crescimento foi menor nas faixas de 45 a 54 anos (45%), 55 a 64 anos (26%) e acima de 65 anos (26%).

O excesso de peso também aumentou nos últimos dez anos e hoje atinge 26,8% dos brasileiros. Os mais jovens também registraram o maior aumento (56%), seguidos pelas faixas de 25 a 34 anos (33%), 35 a 44 anos (25%) e 65 anos ou mais (14%).

A pesquisa é realizada todos os anos nas 27 capitais brasileiras e mapeia os hábitos dos brasileiros que contribuem para o crescimento da obesidade e aumento da prevalência de diabetes e hipertensão.

Para avaliar a obesidade e o excesso de peso, a pesquisa leva em consideração o Índice de Massa Corporal (IMC). Por meio dele, é possível classificar um indivíduo em relação ao seu próprio peso, bem como saber de complicações metabólicas e outros riscos para a saúde.

A Vigitel é uma pesquisa telefônica realizada com maiores de 18 anos, nas 26 capitais e no Distrito Federal, sobre diversos assuntos relacionados à saúde. Assim, entre fevereiro e dezembro de 2017, foram entrevistados por telefone 53.034 pessoas.

Ações para incentivar consumo de alimentos saudáveis

O incentivo para uma alimentação saudável e balanceada e a prática de atividades físicas é prioridade do Governo Federal. O Ministério da Saúde adotou internacionalmente metas para frear o crescimento do excesso de peso e obesidade no país. Durante o Encontro Regional para Enfrentamento da Obesidade Infantil, realizado em março, em Brasília, o país assumiu como compromisso deter o crescimento da obesidade na população adulta até 2019, por meio de políticas intersetoriais de saúde e segurança alimentar e nutricional; reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta, até 2019; e ampliar em no mínimo de 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente até 2019.

Outra ação para a promoção da alimentação saudável foi a publicação do Guia Alimentar para a População Brasileira. Reconhecida mundialmente pela abordagem integral da promoção à nutrição adequada, a publicação orienta a população com recomendações sobre alimentação saudável e consumo de alimentos in natura ou minimamente processados. Em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), o Ministério também conseguiu retirar mais de 17 mil toneladas de sódio dos alimentos processados em quatro anos. O país também incentiva a prática de atividades físicas por meio do Programa Academia da Saúde com mais 3.800 polos habilitados. 

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