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Julius Baer: escalada de tensões com EUA não eleva chance de guerra comercial

Redação Folha Vitória

Uma escalada de brigas comerciais atualmente percebida entre os EUA, China e outros países como o México não aumenta a probabilidade de uma guerra comercial global, já que as medidas protecionistas permanecem limitadas em seu escopo geográfico e de produtos, de acordo com avaliação do banco suíço Julius Baer.

Segundo o banco, a motivação do governo do presidente americano, Donald Trump, para manter as discussões comerciais é conduzida puramente pela política interna, não pela economia.

Nesta terça-feira, 5, o Diretor do Conselho Nacional Econômico dos Estados Unidos, Larry Kudlow, afirmou em entrevista à rede Fox News que o presidente Donald Trump pode abandonar o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês) e privilegiar negociações de acordos bilaterais com Canadá e México.

A declaração é dada dias após os EUA imporem tarifas à importação de aço e alumínio dos dois parceiros que, por sua vez, já anunciaram retaliações e que pretendem contestar o comportamento americano na Organização Mundial de Comércio (OMC).

Nesta segunda-feira, 4, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que os fazendeiros do país "não estão indo bem" há 15 anos e que México, Canadá e China os têm tratado de forma "injusta".

"Quando eu terminar as conversas comerciais, isso vai mudar", disse Trump em sua conta oficial no Twitter. "Grandes barreiras comerciais contra fazendeiros dos EUA, e outros negócios, serão finalmente rompidas". Trump concluiu o tuíte afirmando que não haverá mais "déficits comerciais enormes".

Além disso, ele escreveu que a "China já cobra uma taxa de 16% sobre a soja. O Canadá tem todos os tipos de barreiras comerciais em nossos produtos agrícolas. Isso não é aceitável".

Embora todas essas ações apontem para uma possível guerra comercial, o banco acredita ser um movimento apenas político. "O presidente Trump quer demonstrar sua capacidade de atuar junto ao seu eleitorado antes das eleições legislativas nos EUA em novembro".

Segundo a instituição, é provável que as disputas ocorram com ímpeto por mais tempo, mas nenhum confronto imediato está sendo buscado. "Nossos cenários permanecem em 75% no andamento das discussões comerciais e 20% para uma escalada para guerras comerciais, com apenas 5% de probabilidade de que as preocupações com o comércio se dissipem em breve. Uma guerra comercial simplesmente não é do interesse do presidente dos Estados Unidos", concluiu o banco.

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