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Lei Seca completa 10 anos com quase 40 mil condutores autuados por dirigir sob influência de álcool no ES

Só neste ano, a Polícia Rodoviária Federal registrou 33 acidentes causados por ingestão de álcool

A Lei Seca, implantada no País com a proposta de reduzir a tolerância para motoristas que fazem a escolha de dirigir alcoolizados, completa 10 anos nesta terça-feira (19). Apesar de colocar o Brasil entre os países com fiscalização mais rigorosa quando se trata de beber e dirigir, os números ainda são preocupantes e os resultados não são suficientes para comemorar.
Segundo o Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES), de 2008 a 2018 foram autuados 39.293 condutores por dirigir sob a influência de álcool. Desses, 13.554 já tiveram o processo administrativo concluído e a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa.
Os dados relacionados ao número de acidentes também são expressivos. Só neste ano, a Polícia Rodoviária Federal registrou 33 acidentes por ingestão de álcool, sendo 9 com lesão corporal grave e 22 com lesão corporal leve. Em 2017, foram 201 acidentes e cinco mortes envolvendo motoristas embriagados. Ao longo do ano, foram realizados 56.213 testes de alcoolemia e 137 pessoas foram detidos, além de outras 699 autuadas por apresentar índice de álcool no sangue.

Para o diretor-geral do Detran-ES, Romeu Scheibe Netto, houve uma migração da multa de dirigir sob influência de álcool para a multa de recusa, o que reflete o fato de que a sociedade ainda não mudou a cultura de ingerir bebida e pegar a direção de um veículo.

"O Brasil é um dos poucos países que adota essa tolerância zero no consumo de álcool e, ao longo desses anos, a gente observa uma redução na questão do número de acidentes envolvendo pessoas alcoolizadas. Por outro lado, percebemos nitidamente também que houve uma migração da multa de dirigir sob influência de álcool para multa de recusa e isso nos mostra que a nossa sociedade ainda não consegue enxergar os riscos de pegar a direção do veículo após ingerir bebida alcoólica", afirma.

Diferente do que parece, o motorista que escolhe não fazer o teste, não está livre de punições. Assim como os que são flagrados dirigindo sob efeito do álcool, os que não realizam o teste de alcoolemia também estão sujeitos a multa no valor de R$ 2,930. Apesar disso, a penalidade não têm intimidado os capixabas: de 2015 a 2018, foram aplicadas 15 mil multas somente por recusa da parte dos condutores.

"O condutor está querendo se proteger porque quando ele se recusa a fazer o teste, a gente não consegue medir a quantidade de álcool que ele ingeriu. A gente acredita que o indivíduo que opta por não fazer o teste, tem consciencia de que ingeriu bebida e tem medo que isso seja apontado e das punições. No entanto, quando ele se recusa, vai pagar o mesmo valor de multa de alguém que foi pego dirigindo embriagado", reforça Romeu.

Ações
Para coibir e promover a conscientização sobre as consequências da escolha de dirigir após ingerir bebida alcoólica, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SESP) e do Detran-ES, juntamente com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), inclui transversalmente o tema "trânsito" nas atividades pedagógicas do cotidiano escolar por meio das ações educativas, além de realizar operações integradas.

Foto: Leonardo Duarte/Secom

A equipe de educação do Detran-ES também percorre escolas, faculdades e empresas com palestras e atividades educativas durante todo o ano, com a temática adaptada a cada faixa etária e ao público atendimento. A programação é intensificada em datas específicas, como o "Maio Amarelo" e a Semana Nacional do Trânsito, que acontece em setembro. 

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