Morte irmãos carbonizados

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Mãe de irmãos mortos em Linhares vai depor sobre morte dos filhos em CPI dos Maus-Tratos

A informação foi confirmada nesta quinta-feira (7) pelo presidente da CPI, senador Magno Malta (PR-ES), durante reunião de requerimentos de convocação para a audiência

Georgeval Alves e Juliana Salles | Foto: Arquivo TV Vitória

A pastora Juliana Salles, esposa de Georgeval Alves e mãe de Joaquim Alves Sales, de 3 anos, e Kauã Sales Butkovsky, de 6, será ouvida na CPI dos Maus-Tratos na próxima quinta-feira (14), em Brasília. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (7) pelo presidente da CPI, senador Magno Malta (PR-ES), durante reunião de requerimentos de convocação para a audiência.

"A mulher [Juliana] está convocada para ser ouvida. Certamente nós vamos ouvi-la aqui, na próxima semana. Ela não está na cena do crime, mas é muito difícil não ouvir uma pessoa que tem dois filhos mortos e, oito horas depois, sai de mãos dadas com o marido para uma pizzaria. Isso depois de ja ter tido outro filho morto. Não estamos levantando dúvidas sobre ela, mas ela precisa ser ouvida", disse.

Joaquim e Kauã foram mortos na madrugada do dia 21 de abril, durante incêndio dentro da casa onde moravam, no município de Linhares, Norte do Estado. Na ocasião, a mãe das crianças estava em viagem para um congresso religioso em outra cidade. Na casa, os meninos estavam sob o cuidado de George Alves, pai de Joaquim e padrasto de Kauã.

De acordo com a Polícia Civil do Estado (PCES), o pastor abusou sexualmente, agrediu e matou as crianças. Segundo o inquérito, George cometeu duplo homicídio triplamente qualificado (emprego de fogo; uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas e para assegurar a ocultação de outro crime) e duplo estupro de vulnerável (majorado por ser ascendente de uma das vítimas e padrasto da outra).

O pastor está preso temporariamente no Complexo Penitenciário de Viana desde o dia 28 de abril. No último dia 25, ele prestou depoimento na CPI dos Maus Tratos que ocorreu em Vitória. Estavam presentes na CPI o senador Magno Malta e o delegado Lorenzo Pazzolini.

Na ocasião, George negou participação na morte das crianças. "Eu sinto até hoje a dor, eu choro todos os dias pela morte dos meus filhos", disse durante o depoimento. "Eu não fiz isso, não matei os meus filhos", prosseguiu o pastor.

Inquérito devolvido

O inquérito que concluiu que George abusou sexualmente e matou filho e enteado foi devolvido à Polícia Civil pelo Ministério Público do Estado (MPES). Segundo o MPES, foi requisitado à PCES a realização de novas investigações para a elucidação de detalhes em relação ao caso.

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que, no último dia 29 de maio, concluiu o inquérito policial que investigava o caso, data em que ele foi encaminhado para o Ministério Público. Entretanto, a PCES afirmou que não irá se manifestar com mais detalhes sobre o caso, em razão ao sigilo absoluto, decretado à pedido do MPES.

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