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Suspeito de manter mãe e avó como reféns é internado em clínica de reabilitação

A mãe disse que o filho é usuário de crack há cerca de dez anos e já esteve internado outras quatro vezes. Ela afirmou ainda que não houve sequestro

Após a ocorrência, o homem foi preso e levado para o presídio de Viana | Foto: TV Vitória

O homem de 30 anos, suspeito de fazer a mãe e a avó reféns, entre a tarde e a noite da última quarta-feira (20), no bairro Santa Marta, em Vitória, foi internado em uma clínica de reabilitação de dependentes químicos, na tarde desta quinta-feira (21), em Guarapari. A informação foi passada pela família do rapaz à produção da TV Vitória/Record TV.

Segundo a mãe dele, uma aposentada que não será identificada para preservar a identidade do rapaz, o filho é usuário de crack há cerca de dez anos e já esteve internado outras quatro vezes. A aposentada conta que ele recebeu alta todas as vezes em que foi internado, mas não deu continuidade ao tratamento em casa.

Desde 2011, a mulher busca tratamento para o filho e solicitou, na Justiça, a internação compulsória dele. A Justiça acatou o pedido, mas quando os enfermeiros foram à casa da família cumprir a ordem judicial, o rapaz teria se assustado.

"Ele se recusou a ser internado e, por esse motivo, ele se trancou dentro de um quarto. Ele falou que não queria ser internado e eu entrei no quarto para tentar explicar para ele, falar que ele deveria aceitar sim. Fiquei muito tempo conversando e, quando ele viu os guardas municipais e o pessoal da ambulância, ele falou: 'fica aqui comigo mãe'. E eu fiquei", contou.

A mulher garante também que, em momento algum, ela ou a mãe foram feitas reféns pelo filho. "Eu fiquei muito assustada quando eu soube que [falaram que] ele estava com a faca no meu pescoço e uma arma na cabeça da minha mãe. Isso não aconteceu em momento algum. Ele não tinha arma nenhuma, ele nunca usa faca nem arma. Ele não tem nada", afirmou.

Muitos policiais foram acionados para atender a ocorrência no bairro Santa Marta| Foto: Breno Ribeiro

A situação ocorrida dentro da casa da família gerou uma intensa movimentação de viaturas da Polícia Militar e da Guarda Municipal de Vitória, além de ambulâncias no beco onde fica o imóvel. A ocorrência passou a ser tratada como sequestro e cárcere privado e o rapaz acabou sendo detido. Ele foi autuado por cárcere privado e encaminhado para o Centro de Triagem de Viana.

Apesar do susto, a aposentada se diz aliviada pelo fato de o filho ter sido internado. "Eu prefiro que ele seja internado, porque internado ele vai fazer um tratamento. Mas, de qualquer forma, eu estou entregando nas mãos de Deus e nas mãos da Justiça", afirmou.

Internações

O drama vivido por essa família está longe de ser o único. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) disse que recebeu, no ano passado, 1.321 mandados judiciais determinando internações compulsórias de dependentes químicos. Este ano, até abril, já foram 426 demandas, segundo a Sesa.

A lei que garante internação para pessoas que sofrem dependência química é de 2001. É considerada internação compulsória aquela determinada pela Justiça, mesmo que seja contra a vontade do paciente.

Primeiro, a família do dependente faz a solicitação à Justiça, que pede os laudos para comprovar a dependência química. Tendo a comprovação, a Justiça aciona a Secretaria Estadual de Saúde, que tem convênios com clínicas especializadas. Essas clínicas buscam os dependentes em casa e os levam para tratamento.

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